terça-feira, 31 de maio de 2016

27 secretários de Segurança se reúnem para discutir estupro: apenas um é mulher

O ministro interino da Justiça, Alexandre de Moraes, se reúne na manhã desta terça-feira em Brasília com os secretários de Segurança Pública dos 26 Estados e do Distrito Federal. O encontro foi convocado para tratar de políticas de combate à violência contra a mulher após a grande repercussão gerada pela denúncia de um estupro coletivo de uma menor no Rio de Janeiro.
Na mesa de discussão, haverá a presença de apenas uma autoridade feminina. No momento, a única mulher a comandar uma pasta de Segurança Pública no país é a secretária do Distrito Federal, Márcia de Alencar (foto).
Especialistas em segurança pública ouvidas pela BBC Brasil lamentaram a quase total ausência de mulheres em uma reunião que pretende justamente discutir a violência de gênero. Elas questionaram também a eficiência das medidas propostas até agora pelo presidente interino Michel Temer - além da própria reunião, a criação de um departamento da Mulher na Polícia Federal.
"A pergunta que fica no ar é: esses secretários de segurança, em seus Estados, possuem uma política pública para redução da violência de gênero? Trarão essas experiências para debater? Ou simplesmente se trata de inventar, de forma oportunista, alguma agenda positiva diante dos problemas que o governo interino tem enfrentado?", critica a antropóloga Jacqueline Muniz, professora do departamento de Segurança Pública da Universidade Federal Fluminense (UFF).
"Porque é evidente que a violência contra a mulher não começou na semana passada com o estupro dessa menina", acrescentou.
Para a advogada criminalista Maíra Fernandes, integrante do Comitê Latino Americano de Defesa dos Direitos da Mulher (Cladem), a presença de mais mulheres nessa reunião seria fundamental para pensar políticas públicas sob o ponto de vista de quem sofre a violência de gênero.
"Nós queremos sim que os homens se aproximem das pautas relacionadas aos direitos das mulheres. Eles podem ser importantíssimos aliados nisso, e há homens com absoluta sensibilidade, mas nós queremos que eles trabalhem com a gente, não por nós", crítica Fernandes.
 Leia matéria completa no BBCBrasil.

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