terça-feira, 16 de abril de 2019

Pra sempre Lili Eliomar Bolero Simas

O nome social Lili Bolero foi inspirado numa alegre canção infantil. Outros dizem que a música, com este personagem, constava no repertório de Bibi Ferreira. E que a alegria foi a marca de vida do multifacetado Eliomar Simas, ator de grande talento e um dos personagens que marcaram a história da Micareta de Feira de Santana.
Extrovertido, carismático, inteligente, ator excepcional. Lili Bolero era dono de muitos adjetivos. “Ele parecia viver o personagem criado por ele mesmo em tempo integral”, disse a produtora de teatro Luluda Barreto, parceira em várias peças. “Era muito difícil a gente conversar com Eliomar Simas”.
Disse que o amigo era muito extrovertido e talentoso. “Parecia viver fazendo uma performance permanente. Mas era extremamente sério naquilo que fazia, mesmo brincando com todos e com tudo. Por isso ganhou o respeito e formou um grande ciclo de amizade”.

Foi o criador do Baile dos Artistas, destinado ao público gay, evento premicaretesco de grande sucesso realizado no Feira Tênis Clube. Lili Bolero também marcou presença no Caju de Ouro, baile realizado pelo Clube de Campo Cajueiro que tinha a participação especial de atores conhecidos. Ele desfilava belas fantasias durante a festa.
Uma história de coxia: convidada para estrelar o Caju de Ouro, a atriz Consuelo Leandro teria se encantado com Lili Bolero. A admiração pelo ator feirense resultou em homenagem. A atriz interpretou uma personagem na novela “Cambalacho”, em 1986, com o nome de Lili Bolero. Não foi mera coincidência.
E foram muitos musicais e peças de teatro que participou como ator, diretor ou produtor. Uma delas foi “Divinas maravilhosas”, quando dividiu o palco do bar Engenho Velho com Edson Baptista e Galdino Neto, que ficava na Santa Mônica. Foi sucesso de público numa temporada que durou semanas.
“Era uma pessoa maravilhosa e talentosa”, disse quase soletrando, Edson Baptista, que foi seu amigo durante muitos anos. “Foi um ator de muitos personagens”. Juntos, participaram do primeiro Festival de Teatro Universitário do Nordeste, realizado no Teatro Margarida Ribeiro, que naquela época funcionava no centro de Feira.
Eliomar Simas morreu na década de 80, vitimado por uma isquemia. Estava na praia, com a família, quando sentiu uma forte dor de cabeça. Lili Bolero vive até hoje. (Batista Cruz - Secom/PMFS)

Nenhum comentário: