O nome social Lili Bolero foi inspirado
numa alegre canção infantil. Outros dizem que a música, com este
personagem, constava no repertório de Bibi Ferreira. E que a alegria foi
a marca de vida do multifacetado Eliomar Simas, ator de grande talento e
um dos personagens que marcaram a história da Micareta de Feira de
Santana.
Extrovertido, carismático, inteligente,
ator excepcional. Lili Bolero era dono de muitos adjetivos. “Ele parecia
viver o personagem criado por ele mesmo em tempo integral”, disse a
produtora de teatro Luluda Barreto, parceira em várias peças. “Era muito
difícil a gente conversar com Eliomar Simas”.
Disse que o amigo era muito extrovertido e
talentoso. “Parecia viver fazendo uma performance permanente. Mas era
extremamente sério naquilo que fazia, mesmo brincando com todos e com
tudo. Por isso ganhou o respeito e formou um grande ciclo de amizade”.
Foi o criador do Baile dos Artistas,
destinado ao público gay, evento premicaretesco de grande sucesso
realizado no Feira Tênis Clube. Lili Bolero também marcou presença no
Caju de Ouro, baile realizado pelo Clube de Campo Cajueiro que tinha a
participação especial de atores conhecidos. Ele desfilava belas
fantasias durante a festa.
Uma história de coxia: convidada para
estrelar o Caju de Ouro, a atriz Consuelo Leandro teria se encantado com
Lili Bolero. A admiração pelo ator feirense resultou em homenagem. A
atriz interpretou uma personagem na novela “Cambalacho”, em 1986, com o
nome de Lili Bolero. Não foi mera coincidência.
E foram muitos musicais e peças de teatro
que participou como ator, diretor ou produtor. Uma delas foi “Divinas
maravilhosas”, quando dividiu o palco do bar Engenho Velho com Edson
Baptista e Galdino Neto, que ficava na Santa Mônica. Foi sucesso de
público numa temporada que durou semanas.
“Era uma pessoa maravilhosa e talentosa”,
disse quase soletrando, Edson Baptista, que foi seu amigo durante muitos
anos. “Foi um ator de muitos personagens”. Juntos, participaram do
primeiro Festival de Teatro Universitário do Nordeste, realizado no
Teatro Margarida Ribeiro, que naquela época funcionava no centro de
Feira.
Eliomar Simas morreu na década de 80,
vitimado por uma isquemia. Estava na praia, com a família, quando sentiu
uma forte dor de cabeça. Lili Bolero vive até hoje. (Batista Cruz - Secom/PMFS)
Nenhum comentário:
Postar um comentário