“Filtro solar. Nunca deixe de usar filtro solar”. Qualquer brasileiro
que já era crescidinho no fim da década de 1990 deve se lembrar desse
conselho, narrado por Pedro Bial.
“Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro, seria essa”, crava o
apresentador. E ele estava certo. Mais de duas décadas depois e o
protetor solar segue sendo a melhor forma de proteger a pele contra
queimaduras e o temido câncer de pele.
Mas como esse produto age no nosso organismo? Aplicá-lo
todos os dias até o fim da vida teria algum risco para a saúde? É o que a
ciência busca entender. Um estudo publicado nesta segunda-feira (6) no
periódico científico Jama deu um passo importante nessa análise.
A pesquisa – conduzida por cientistas da Food and Drug Administration
(FDA), a Anvisa dos Estados Unidos – identificou que algumas
substâncias do protetor solar chegam até a corrente sanguínea, e não
ficam restritas às camadas da pele.
A investigação incluiu 24 pessoas. Elas foram divididas em grupos,
que recebiam, a cada quatro dias, um filtro solar com composição
diferente para passar em suas peles. Nesse período, os voluntários
tinham que aplicar o protetor no corpo todo e repassá-lo mais três vezes
durante o dia. Os produtos eram de marcas conhecidas, encontradas em
farmácias americanas.
Ao analisar amostras de sangue dos participantes, os pesquisadores
identificaram compostos que garantem aos filtros a capacidade de barrar a
radiação solar. E mais: em concentrações que exigiriam novos estudos de
segurança, segundo a FDA. As substâncias foram notadas já no primeiro
dia de aplicação, e os níveis sanguíneos aumentaram ao longo dos quatro
dias de testes.
Mas calma: isso não significa que protetores solares não são
considerados seguros. “Até que mais informações estejam disponíveis, é
preciso continuar reforçando os benefícios da fotoproteção para prevenir
câncer de pele”, escrevem os autores do estudo, em nota. “Deixar de
usar filtro solar poderia ter consequências negativas para a saúde”,
complementam.
De acordo com os cientistas americanos, mais pesquisas são
necessárias para entender não só se protetores oferecem algum risco real
à saúde, mas também se isso se aplica a crianças, por exemplo, que
podem absorver essas substâncias em quantidades diferentes – e sofrer
com seus efeitos de forma distinta, também. Outro ponto a ser
investigado é se doses menores de filtro solar (convenhamos, quem passa
protetor quatro vezes ao dia?) também chegam à corrente sanguínea.
Até que esses estudos sejam concluídos (ou que seu médico indique o
contrário), continue seguindo a palavra de Pedro Bial e use filtro solar
– todos os dias. (Super Interessante)
Nenhum comentário:
Postar um comentário