segunda-feira, 13 de maio de 2019

Os partos, as mortes, os números

César Oliveira
Não há dúvidas que Gilbert Lucas, a diretora da Fundação Hospitalar que administra o Hospital da Mulher, faz um bom trabalho, fato que pode ser confirmado pelo prestígio do hospital entre as mulheres que desejam fazer seu pré-natal ou ter um filho, em segurança. No entanto, a morte de 3 crianças por superlotação na Unidade, trás a inquietante e dolorosa sensação que algo está errado no sistema de assistência a gestante em nossa região.
A direção alega que o problema é que dos 3684 internamentos desse ano, 642 foram de outros munícipios. Bem, se dividirmos 642 por 4 meses teremos 160,5 partos/mês ou 5,35 partos/dia.  É claro que, para quem está lotado, cinco partos/dia é uma sobrecarga, mas é dificil crer que o tamanho do problema de parto na cidade seja o acréscimo dessa quantidade de partos/dia, ou que isso seja a justificativa dos fatos.

O que fica claro é que o sistema está subdimensionado. Não se trata, nesse texto, ainda, de firmar responsabilidades, pois, exige-se outras análises. O que queremos apontar, inicialmente,  é a necessidade  de ampliação do Hospital, a responsabilização judicial dos múnicipios que praticam a " ambulancioterapia"- e o MP pode ser provocado a respeito-, e a necessidade imperiosa que o Estado resolva essa questão regional, investindo, repactuando, ou ampliando,  a limitada maternidade do Hospital da Criança.
Independente da responsabilidade a única coisa irrecuperável e que não pode mais ser permitido é ter mães impotentes- pois, dependem dos seviços públicos-  que perdem seus filhos antes mesmo da  chance de conhecê-los.

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