terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Amor e Sexo

    Já se falou tanta besteira e já se cometeu tantas loucuras quando se trata de sexo, que a gente fica até com receio de tocar no assunto. Não fosse eu um sujeito que não dá tratos ao que pensam ou falam de mim, talvez até evitasse falar do assunto. Mas, como o profeta bíblico, tenho que falar, tenho que gritar, e ai de mim se não o faço.

    Ouvi no programa Bom Dia Feira, a reprise de uma entrevista com uma escritora que lançou um livro sobre a questão sexual no Brasil. Assino embaixo de tudo que ela disse. Sexo precisa deixar de ser tabu, vergonha, pecado, coisa do demônio ou outras bobagens do gênero. Sexo é natural dos seres vivos. Sexo é, antes de tudo, amor entre duas pessoas, e não importa se são do mesmo gênero.

    Sexo pode e deve ser uma questão muito íntima de cada um, não precisamos sair por aí a proclamar a nossa sexualidade. Cada ser em si ama e pratica sexo ao seu modo, e ninguém deve interferir nisso. À exceção dos pais em relação aos filhos, mas apenas para orientá-los (não induzi-los) quanto à sexualidade.

    Sei quanto é difícil para um pai ou uma mãe ter filhos ou filhas homossexuais. Mas, é da natureza humana. A Organização Mundial de Saúde preconiza que 5% dos seres humanos é homossexual. Fazer o que? Vamos matar nossos filhou ou nos suicidar por causa disto?

    De tanto tabu e tanto mistério e vergonha se cercou o assunto sexo, que há pais que, quando não matam, expulsam seus filhos de casa porque são homossexuais ou porque (no caso das meninas) perderam a virgindade. Ora essa. Me batam um abacate. Se isso aconteceu é porque foram mal orientadas ou simplesmente porque a libido falou mais alto que a razão. Nesses momentos os filhos precisam mais de apoio que de castigo.

    Mas o ser humano tem essa tendência de destruir o que deve amar e proteger. A história está cheia de exemplos de paraísos que foram destruídos por conta dos tabus sexuais. O próprio Dílson Barbosa, âncora deste programa, disse ter estranhado que as famílias suecas se hospedavam em hotéis e os filhos, ainda adolescentes, dormiam com seus respectivos pares em quartos para casais.

    Mas, não precisa ir tão longe. Aqui mesmo no Brasil os colonizadores europeus se escandalizaram ao ver índios e índias vivendo nus, e que os adolescentes, tão logo despertavam a libido mantinham relações sexuais. Para eles, pecado, vergonha. Para os índios, nada mais natural. Mas foram eles, os colonizadores que trouxeram o demônio para o Paraíso. Vírus e bactérias causaram morticínio entre os índios. As doenças venéreas grassavam entre as tribos. Até uma simples gripe matava aquelas pessoas que não eram imunes a estas doenças porque nunca tiveram contato com os vírus e bactérias que as causavam.

    Foi assim também nas ilhas do Hawaii e em todos os santuários de pureza e inocência onde os europeus puseram os pés e as mãos. Julgando-se mais sábios, mais civilizados e superiores, impuseram aos povos simples os seus costumes, a sua cultura.

    Para finalizar deixo para aqueles que querem separar amor de sexo, uma frase de Arnaldo Jabor: “Amor é Bossa Nova. Sexo é Carnaval”.

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