sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Se queres a paz, prepara a guerra

    A frase é do filósofo italiano Nicolau Maquiavel, dando conselhos ao Príncipe. E logo não faltaram hipócritas espertalhões para dizer ao povo ignorante que suas sábias palavras eram coisa do demônio e outras baboseiras do gênero. Certíssimo, o Maquiavel. Entre os seres humanos só os mais fortes são respeitados. Duvido que alguém encare frente a frente, em condições de igualdade, alguém mais forte e mais preparado fisicamente.

    Os vagabundos, por exemplo, que vivem por aí a assaltar sequestrar pessoas, só o fazem se estiveram armados, e, na maioria das vezes, em maior número. Tête a Tête, no Mano a Mano, não têm coragem de enfrentar alguém que aparente ser maior, mais forte ou, pelo menos, que esteja também armado e não seja apanhado de surpresa.

    Entre nações acontece a mesma coisa. Só se respeita as nações mais preparadas para a guerra. E o mundo viveria em paz se as nações fortes não agredissem, de todas as formas possíveis, as nações mais fracas. Os dirigentes destas nações não se contentam em manter a paz entre seus cidadãos e com os seus vizinhos. Estão sempre buscando tomar o que não lhes pertence e impor sua vontade aos mais fracos. E é aí que a porca torce o rabo. E como lobo não come lobo, as nações mais fortes se reúnem em bandos para atacar os mais fracos.

    Mas todo esse nariz de cera é para dizer o que penso dos tais “gladiadores do terceiro milênio”, que a mídia tanto tem badalado e promovido. As simples lutas de boxe, com luvas, protetores bucais e capacetes, já não apetece à ferocidade humana. Não demora e já não estarão lutando ente si apenas, mas também contra feras, como nos tempos da Roma antiga, nos circos, para entreter o povo e agradar aos nobres. “Pão e circo”. Traduzindo: Comida e diversão para manter o povo longe das decisões políticas.

    Quando matriculei meu filho numa academia de caratê (hoje ele é faixa preta), eu lhe disse: Eu não estou lhe ensinando a bater em ninguém, estou lhe dando condições para se defender de agressões. E ele sabe muito bem disso, e só os incautos se metem a besta com ele.

    Ouvi certa vez num destes filmes bobos sobre lutas marciais uma das frases mais sábias a respeito de defesa pessoal. Disse o mestre ao seu discípulo: “Quando o Caratê defende a vida, a honra, a liberdade, ele significa alguma coisa. Quando defende um troféu de plástico, ele não significa nada”.

    Todo ser humano deveria, como os espartanos faziam, ser preparado desde criança para a sua defesa pessoal, para a guerra. Deveria aprender desde cedo o valor da vida, da liberdade, e ter noção clara sobre honra e caráter. Uma vez preparado para a guerra, ele saberia valorizar a paz e não estaria em arenas lutando para entreter uma plebe rude, fazendo o jogo dos nobres, voltados apenas para os seus mesquinhos interesses políticos e pessoais.

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