quinta-feira, 22 de maio de 2014

Convocação a uma revolução no interior



Quem, na juventude, não teve sonhos impossíveis, vontade de mudar o mundo, vontade de mudar os adultos, para que aceitem sua postura, sua sagacidade. Isso é ser jovem.
Quando chega a maturidade, logo a gente percebe que os super heróis dos sonhos impossíveis preferem os jovens porque eles têm atitude, são destemidos, rebeldes e muitas vezes trilham um caminho de mão única. São “Os Caras”.
Quando chega a maturidade percebemos o quanto é difícil mudar o mundo, mudar as pessoas. É uma missão impossível. Mas, quando chega a terceira idade, descobrimos que aquele jovem destemido que queria mudar o mundo, tinha razão.
É fácil mudar o mundo. Qualquer um pode fazer isso e a estratégia é simples. É só fazer uma grande revolução sem armas, sem protesto, sem queima de ônibus, sem insuflos pela Internet. Essa revolução não deve se deflagrada na capital nem nas ruas de grandes movimentos e circulação de transeuntes. Ela deve ser deflagrada no interior, sim, mas no interior de cada um, dentro de si e a estratégia é usar uma velha ferramenta  chamada “caridade”.
Alguém pode dizer; caridade não é ferramenta de revolução.
Eu posso afirmar que é uma das melhores, só que ao invés de usá-la você a pratica. Tanto é que Allan Kardec, no livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, no tema “Caridade moral” deixa claro que todos podem usar essa ferramenta que não custa nada.

“Instruções dos espíritos
A caridade moral consiste em se suportarem umas as outras as criaturas e é o que menos fazeis nesse mundo inferior, onde vos achais, por agora, encarnados. Grande mérito há, crede-me, em um homem saber calar-se, deixando que fale outro mais tolo que ele.
É um gênero de caridade isso.
Saber ser surdo quando uma palavra zombeteira se escapa de uma boca habituada a escarnecer; não ver o sorriso de desdém com que vos recebem pessoas que, muitas vezes, erradamente, se supõe acima de vós quando na vida espírita, a única real, estão, não raro, muito abaixo, constitui merecimento, não do ponto de vista da humildade, mas do da caridade, porquanto não dar atenção ao mau proceder é caridade moral”.
Essa é a mais nobre ferramenta revolucionária que muitos jovens não usaram, não por falta do manual de instrução, mas por estarem fortemente conectados com o suposto “mau proceder” dos outros.
Essa ferramenta tem o poder de gerar o efeito gratidão entre as pessoas. Esse efeito é contagiante e inibidor de desafetos. Jamais os desencontros, rebeldias e vontade de mudar o mundo teriam acontecidos na cabeça de alguns jovens se essa ferramenta estivesse ativada.
Sendo assim, mudaríamos nosso interior e como consequência o mundo, a nossa volta, ficaria mudado, do jeitinho que a gente queria.
O tempo não pactua com aqueles que não souberam fazer a hora e ficaram esperando acontecer, mas também não proíbe ninguém de recomeçar de novo.
A ferramenta está à sua disposição. Use-a sem moderação.

Conrado Dantas

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