segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Isso não é Kardec!

Para quem ainda não conhece as obras básicas de Kardec, elas são livros iniciáticos do espiritismo.

Para quem quer saber o que é espiritismo, essas obras são o “Passaporte” ao mundo da espiritualidade e funcionam como se fossem os livros de alfabetização e estudo primário. Claro que, como no nosso dia-a-dia temos os autodidatas, no espiritismo também temos esses privilegiados. Tem muita gente que consegue se inteirar dos assuntos relacionados a espiritualidade sem passar pelos estudos de alfabetização e primário das obras básicas de Kardec.

Na iniciação do espiritismo, nos estudos de alfabetização e primário tradicionais, há muitas situações pitorescas vividas pelos adeptos do espiritismo.

Muitos companheiros de jornada querem evoluir e fazer uma “média” com o pessoal da espiritualidade. Começam a estudar as obras básicas de Kardec, mas quando chegam a um certo nível de alfabetização ou estudo primário, começam a recusar os livros do segundo grau espiritual alegando não serem Kardec autêntico.

Imaginemos uma criança que vai para escola normal terrena. Faz o Jardim, Alfabetização e Primário. Quando chega no nível secundário recusa os novos livros por não serem da mesma linha pedagógica das fases anteriores da sua escola.

Agora imagine esse aluno chagando na universidade e exigir que seus novos livros sejam os mesmos de seu curso primário para não fugir da tradição.

Nos níveis secundário e universitário nos usamos os conhecimentos adquiridos na alfabetização e primário para melhor compreender os novos assuntos.

No espiritismo também é assim. Quem passa das obras básicas de Kardec deve buscar mais cultura espirituail a título de sua evolução. Não justifica uma pessoa passar, de sua infância até sua terceira idade, estudando a alfabetização de Kardec sem nunca passar de fase e ainda, achar que está em evolução.

Um aluno que repete o mesmo ano duas vezes não é muito legal. A evolução espiritual se inicia nos livros básicos de Kardec, passa pelos dogmas religiosos, tradições indígenas, afros, xamânicos e orientais, culturas milenares, chegando até a mecânica quântica.

Tudo isso é possível se usarmos o que foi aprendido nos livros básicos de Kardec.

Pensando assim, podemos, um dia, quebrar essa frase que é um paradigma: “Isso não é Kardec”, assim, deletaremos do nosso dicionário da vida, o significado das palavras, “morte e desencarne”.

O sentido da vida não é apenas colecionar bens e nem ganhar mais e mais dinheiro.

Isso nos faz lembrar a fábula do mergulhador que achou, no fundo do mar, moedas de ouro espalhadas pela areia revirada pelo movimento das águas. Antes que todas as moedas fossem soterradas novamente, ele começou a colher, uma a uma. Na hora de emergir foi obrigado a se desfazer do peso do tesouro recolhido.

 No geral, o espiritismo nos ensina que nossa estadia aqui na terra não é apenas para recolher as moedas do fundo mar e nem engordar conta bancária.

Na encarnação seguinte, a ninguém é garantido vida farta e nem participação nas finanças, deixadas, em mãos de seus herdeiros.

Conrado Dantas

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