Entre as tantas variáveis destaca-se ,
indiscutivelmente, uma agilidade inédita, em relação ao resto de seu
mandato, do Procurador Geral, Janot, em viabilizar as denúncias contra
Aécio e Temer, e promover as prisões com urgência, mesmo que a base de
acordos de delação altamente questionáveis e que inclui até perdão
criminal, utilização de fita sem perícia, e membro da sua equipe na
Lava-Jato orientando delação do mafioso Joesley; o inusitado empenho da
Rede Globo fazendo ordem unida em todas as suas unidades de jornalismo,
por ter decidido –sabe-se lá por qual razões, afinal, não é seu padrão-
derrubar Temer; e Temer, cercado de delatados da Lava-Jato, como seus
principais amigos, e, ele próprio, gravado em conversas indecentes com
um mafioso que confessou mais de 245 crimes, delatado por
empreiteiras, fingindo que comanda o país como um vestal da moralidade.
Enquanto isto se esfacela em condutas esquisitas
e opções jurídicas estranhas, nossos Tribunais de Justiça superiores,
estranhamente, ou convenientemente, poupados das delações da Lava-Jato,
afinal, até mesmo Joesley, não entregou ninguém do Judiciário. Aliás, na
“delação de encomenda”, Joesley, dedica-se com afinco a pegar Temer-
certamente foi seu preço-, e poupa Lula, dizendo que suas conversas”
não republicanas” era apenas com o ex-ministro da Fazenda, Mantega,
propineiro e sonegador de impostos.
Quer dizer, o maior golpe no BNDES, do maior
corrupto nacional, iniciado e realizado no governo Lula, foi criado e
tratado apenas com um Ministro, sem aval presidencial. Joesley quis
conversar com Temer, mas nunca fez questão de conversar com Lula,
contentando-se com o segundo escalão? Ah, me bata um abacate! Aliás,
Mantega- que ainda está solto-, ao que parece, terá sua cabeça servida
na bandeja, como São João, para poupar o chefe. Parece que Palloci- o
habilidoso-, seguirá o mesmo caminho e discurso.
O governo Temer, que acerta na economia, apesar
de todas as avarias, terá de partir para a barganha, buscando a
sustentação e a aprovação das reformas, que, se vierem, custarão mais
caras, com certeza. A manutenção do seu mandato, não será feita pelos
deputados apenas por pensarem no futuro do Brasil. Argumentos mais
convincentes já começam ser liberados e teremos, com certeza, um novo
capítulo de horror, visto que, na bandidagem atual, até os que
permanecem calados, na cadeia, estão recebendo dinheiro pelo silêncio.
Verdade que, se de um lado, a dupla Fachin-Janot,
age sob questionamentos, do outro, Temer, é acusado de mandar espionar
Ministro do STF e de usar o Estado para perseguir os opositores. O que
estamos assistindo, não nos enganemos, não é só uma busca por Justiça,
mas uma luta intestinal, violenta e sem escrúpulos, pelo poder,
envolvendo os mais diversos interessados: mídia, Judiciário, políticos,
grupos empresariais, mas cada um com sua conveniência. O povo, serve
apenas para pagar o pato.
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