Mas esse nariz de cera é pra falar dos
tempos atuais no que concerne a, com 63 anos, conviver com um mundo cada vez
mais distante do meu. Daquele mundo que eu cresci aprendendo a gostar. Tem sido
duro pra mim entender e aturar certas coisas, sem abrir mão dos meus
princípios. Isso nunca! Um problema grave que ocorre com a juventude hoje é a
falta de respeito por si e pelos outros, coisa que não admito. E só Deus sabe
como tenho conseguido contornar sérios problemas neste campo. Aos trancos e
barrancos eu tenho conseguido tocar minha vida afastando-me de aglomerações,
multidões, indo apenas a lugares onde encontro gente do meu tempo para
compartilhar com os amigos as coisas que gostamos de ver, ouvir e fazer.
Sempre que existem festejos populares
eu ouço pessoas queixando-se das “atrações” contratadas para “animar” as
festas. Não lhes tiro a razão. Mas, tenho que entender que o mundo é dos
jovens, e os idosos precisam encontrar o seu lugar nele, buscando conciliar as
expectativas de todos em nome de um bem comum. Porém, para gente como eu, que
não gosta de barulho, conversas fúteis e leviandades, não há outro jeito senão
abdicar de ir a certos eventos e lugares.
Agora estamos vivendo a época dos festejos juninos, as festas mais
esperadas e adoradas por nós, nordestinos.
Aí vejo gente reclamando porque não
trouxeram este ou aquele artista. Ora, os organizadores contratam aqueles que
estão fazendo sucesso entre a juventude. “Ah! Mas esse artista é de Carnaval,
não é de São João” – Argumenta alguém. Nada disso, O artista tem de ir aonde o
seu público está. Parafraseando Raul Seixas, eu digo que se você quer, ouvir
Waldick no Carnaval ou Pablo no Natal, então vá. O problema é seu e não meu. De
minha parte vou me reunir às pessoas com gostos afins e realizar nossos forrós
pé de serra com os artistas que gostamos. Não tenho obrigação alguma de
participar dos festejos oficiais. Somos idosos, mas não estamos mortos. Ainda
gostamos de dançar, namorar, transar, beber licor, comer aqueles petiscos
típicos nordestinos que mamãe fazia e ouvir Gonzagão, Marinês, Trio Nordestino,
Genival Lacerda, entre outros.
Não precisa ir longe. Se não puder por
alguma razão ir para a zona rural, fugir do barulho da cidade, fazer a festa
numa chácara ou fazenda, faz na cidade mesmo, em casa ou num local alugado.
Reúne os amigos, divide as despesas. Inclusive o aluguel de um ônibus ou van,
para ir e vir com segurança. Se puder dormir no local, melhor ainda. O que
importa é o nosso conforto e felicidade. Temos o direito, pois trabalhamos
muito para chegar até aqui e está na hora de gozar a vida de verdade, sem
birras, mumunhas ou preconceitos. Abra sua mente e vá ser feliz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário