Um sistema de boias autônoma que replica
sinal da internet em alto mar, que vai de um continente a outro e que
derruba o custo desta plataforma. Um chip mecânico, e não eletrônico,
que suporta as adversidades da superfície de Vênus.
São ideias consideradas exequíveis que
venceram a edição de Feira de Santana do Space Apps Challenge, desafio
global realizado pela Nasa, a agência espacial estadunidense, que
aconteceu no final de semana passado na Faculdade de Tecnologia e
Ciências (FTC). O evento, que contou com o apoio da Prefeitura, através
da Fundação Egberto Costa, também foi prestigiado pelo prefeito Colbert
Martins Filho.
Para Munique Pestana, que compôs a equipe
Core, que terminou a maratona em primeiro lugar, o hackton foi ao mesmo
tempo desafiador e divertido. “A pressão em tempo integral, bem como a
apresentação são desafiadoras”.
A estudante de sistema da informação foi a
escolhida para apresentar o projeto à banca. “Sabia que um desliza
colocaria tudo a perder. Mas deu tudo certo”. Munique disse que vai
participar de outras maratonas deste tipo – o da Nasa foi a sua estreia.
Vê potencial no seu projeto para resolver
este problema de comunicação, principalmente no tocante ao barateamento.
“Estimamos que 45 boias seriam suficiente para cobrir a rota Salvador e
Cabo Verde”.
Este tipo de comunicação via satélite
custaria aproximadamente 50 milhões de dólares, segundo estimativa feita
pela equipe – os outros componentes foram Silas Leal, Daniel Fonseca e
João Pedro. Foram premiados com o smartphone, cada.
O feirense Sérgio Jaca, que formou a
equipe Automato, que ficou em segundo lugar, também disse que o
hackathon é desafiador – interessante e desgastante. “Mas é um espaço
onde se aprende bastante. Força os participantes a pensar”.
O chip terá que suportar a alta temperatura de Vênus, o segundo planeta
mais próximo, onde a média chega a 450 graus centígrados e a pressão
atmosférica que é 92 vezes maior do que a da terra.
“É um ambiente onde todas as experiências são válidas, onde a gente
conversa muito e exercita a mente”, diz Sérgio Jaca. Os outros
companheiros foram Milena, Pedro, Mateus e Adilson.
As duas equipes se voltam para a gravação do seus projetos, em inglês,
que serão enviados à fase mundial da maratona. E torcem, juntas, para
que pelo menos uma seja escolhida entre as duas primeiras.
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