sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Brincadeira tem hora


Todo mundo gosta de brincar, se divertir. E uma das diversões prediletas dos adultos é pregar peças nos amigos. As famosas “pegadinhas”. Tudo é muito bom, muito divertido, mas, às vezes, as brincadeiras podem ter consequencias desagradáveis, quando não trágicas. Mas, deixemos as tragédias de lado e vamos nos ater às coisas boas, como quando daquela vez em que fui pregar uma peça num amigo que tentava tirar a Carteira de Habilitação, e graças a minha brincadeira, ele conseguiu.
Era pra ser uma pegadinha, mas deu tão certo que ele terminou se dando bem. Mas nem sempre tudo são flores. Uma brincadeira, principalmente quando é de mau gosto, pode dar maus resultados. Por exemplo: um amigo nosso montou um ranário. Tudo ia muito bem. A clientela aumentava a cada dia, pois ele, caprichoso que era, cuidava bem das rãs e só criava animais de boa qualidade.
Mas um belo dia um amigo (mui amigo) quis lhe pregar uma peça e espalhou entre a garotada da vizinhança que o ranário estava comprando sapos. Sim, sapos, daqueles bem grandes, chamados “Cururus”. Quando a meninada chegou ao ranário levando sacos cheios de sapos para vender, não houve explicação no mundo que convencesse aos clientes que estavam no balcão de que tudo não passava de uma brincadeira. O ranário fechou.
Outras vezes a brincadeira nem traz más intenções, mas o resultado pode ser desastroso. Foi o que aconteceu com um amigo meu. Ele tinha uma loja de confecções e havia marcado com um fornecedor um encontro, às 18 horas, para discutir negócios. No horário marcado o sujeito não apareceu e não deu qualquer satisfação. Já passava das 20 horas quando ele desistiu. Ligou para uma namorada e marcou um encontro.
Deixou a loja, apanhou a namorada e seguiu logo para um motel. Quando chegou lá e desceu do carro, notou que a porta da garagem do apartamento em frente ao seu estava entreaberta e reconheceu lá dentro o carro do cidadão que havia marcado o encontro com ele. Seu primeiro impulso foi bater na porta do apartamento e tirar um sarro com a cara do sujeito. Mas, desistiu do intento ao notar que o vidro do carro estava aberto e, lá dentro, um daqueles antigos toca fitas removíveis, estava “dando sopa”.
Para sacanear o amigo ele retirou o toca fitas e levou para o seu carro, pensando: “Amanhã quando ele vier justificar porque faltou ao encontro, eu desmascaro a desculpa e ainda tiro um sarro com a cara dele”. E assim foi. Terminou a noitada e foi para casa levando o toca-fitas do amigo.
No outro dia, como era de se esperar, o cidadão apareceu na loja e, com ar abatido, se desculpou: “Rapaz, você não imagina o que aconteceu. Quando eu cheguei em casa fui tomar um banho e não avisei à mulher que eu ia sair. Ela pegou o meu carro e foi até a casa de uma costureira provar uma roupa que ela mandou fazer. O resultado foi que arrobaram o carro e levaram o toca-fitas. E eu ainda perdi um tempão indo até uma delegacia para prestar queixa”.
Diante dessa revelação, ele não teve dúvidas. Na primeira oportunidade foi até a ponte do Rio Jacuípe e de lá jogou em baixo a prova do “crime”.

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