segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Reflexos de uma eleição


Finda a eleição para governadores, deputados e senadores, contabilizados os números, os resultados nos levam a algumas reflexões. A cidade, que já teve cinco deputados federais, ficou reduzida a apenas um representante na Câmara Federal. Quatro estaduais foram eleitos, sendo que, dois são neófitos. Figuras carimbadas ficaram de fora e alguns receberam votação pífia. Pesou, e muito, a grande quantidade de candidatos vindos de fora, muitos deles apoiados por políticos e lideranças locais.
A imprensa bem que tentou alertar aos eleitores sobre a necessidade de se votar em candidatos locais. Mas, na cabeça da maioria dos eleitores, está o interesse pessoal, em detrimento do coletivo, e o pragmatismo de resultados imediatos como empregos, promoções, entre outras benesses prometidas em campanhas. Mas é muito difícil, quase impossível, devido ao nível político/intelectual do eleitorado, fazê-lo entender a importância da representatividade política do município para o bem da coletividade.
Alem disso, no salve-se quem puder da “guerra” política travada hoje em dia, onde idealismo, espírito público, ética e moral ficam de fora (é coisa para otários) até mesmo políticos com mandatos (detentores de representatividade lhe confiada pelo povo) não hesitam em apoiar candidatos que lhes ofereçam mais qualquer coisa, independente de onde vierem, compromissados com a cidade ou não.
O resultado é desastroso. Sem força política na Câmara Federal e no Senado, fica difícil reivindicar investimentos para Feira de Santana. Os políticos de fora, que aqui recebem votos, nos colocam em segundo plano nas suas prioridades, pois devem primeiramente obrigações com seus municípios e regiões. Alguns ainda aparecem vez em quando, trazendo alguma coisa nas mãos. Outros apenas nos visitam. E a grande maioria, nem isso.
Contudo, os eleitores (são poucos) dotados de senso crítico, devem refletir muito sobre isso e, numa próxima eleição, cobrar, principalmente dos vereadores em quem votaram, apoio para os candidatos locais.
É bem verdade que esse quadro pode mudar, com o governador Jaques Wagner puxando alguns eleitos para compor o secretariado estadual e abrindo vagas para suplentes. Ainda assim não passaríamos de dois ou três deputados federais. Muito pouca representatividade para uma cidade com 600 mil habitantes.
Aos derrotados cabe uma revisão sobre seus conceitos e posturas políticas, até porque os tempos são outros e muitos ainda não se aperceberam disso. O povo ainda se deixa levar por promessas, mas já consegue lembrar-se de quem não as cumpre. Coerência política também tem sido cobrada pelos eleitores.
A grata surpresa ficou por conta da eleição de Carlos Geilson, que muitos analistas políticos não acreditavam. A má surpresa foi a não reeleição do deputado Colbert Martins, eleito até algumas horas antes do fim da apuração.
A título de registro, para quem não sabe, o ex-deputado Jairo Carneiro, em nove meses de mandato, trouxe mais verbas para Feira de Santana do que todos os outros juntos. Mas ele não soube capitalizar isso em seu favor, porque é um teimoso, cabeça dura, que mesmo quando cercado de bons assessores não lhes dá ouvidos e ainda pensa política como antigamente.

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