sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Votar pra que?



No Brasil o voto é obrigatório. Quem não comparece às urnas no dia da eleição pode ter problemas no futuro quando for obter um emprego, contrair empréstimo em instituições financeiras federais, prestar concurso público e outras admoestações previstas em Lei. Mas, quem não votar, sempre pode justificar, de graça, preenchendo um formulário e entregando em qualquer secção eleitoral da cidade onde estiver em trânsito.
Se não fizer isso, também não tem problema. Basta pagar a multa num cartório eleitoral, cujo valor varia a cada eleição. Em algumas cidades o valor da multa chega a ser inferior ao valor de uma passagem em coletivo urbano. Quer dizer, sai mais barato não votar. E se não votou e não se justificou também não tem problema: Dirija-se ao cartório eleitoral e solicite a regularização. Será cobrada uma multa, arbitrada pelo juiz eleitoral, referente a cada eleição em que você deixou de votar e, após a apresentação do comprovante do pagamento, receberá Certidão de Quitação Eleitoral.
O cientista político Malco Braga diz que “parte dos que optam por não comparecer ou votar branco ou nulo estariam sinalizando alienação. Neste caso também está incluído quem opta por se abster de votar. Este é o pior para a democracia, porque ao não participar do processo político não se repensa como cidadão e como eleitor e, desta forma, não contribui em nada para que tenhamos instituições melhores com o passar do tempo”.
Outro tipo de não participação, ainda segundo Malco Braga, é o voto branco e o nulo por protesto. “Este voto tem papel importante, porque é uma forma de questionar e dizer não, protestando contra aquele sistema. Isto significa que este eleitor tem informação e decide por não escolher ninguém por achar que nenhum daqueles é apto ou merece a sua escolha. Este eleitor, portanto, seria mais importante do que o que simplesmente se nega a participar do processo político”, afirma.
Nas eleições municipais o nível de abstenção cai, porque o eleitor se sente mais estimulado a votar já que essas eleições interferem diretamente no dia a dia. Não é o caso da eleição deste domingo, quando será eleito o presidente da República. Neste caso justifica-se a preocupação da militância dos dois candidatos, porque, por conta do feriadão de terça-feira (Dia de Finados), quando muita gente viaja e “enforca” a segunda-feira.
Hoje mesmo a cidade já deve começar a ficar deserta. Quem tem seus sítios, fazendas, casas de praia ou até mesmo parentes para visitar, viaja e pouca importância está dando para o fato de este ou aquele candidato se eleger ou não. A total descrença nos políticos faz a maioria das pessoas pensar que o resultado em nada vai alterar nas suas vidas. Ou melhor: Vai mudar sim. Como sempre, para pior.
Então, pra que votar?

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