sexta-feira, 25 de março de 2011

Ação e reação

Tenho visto muitas matérias nos meios de comunicação sobre a violência entre estudantes em escolas. Não só entre alunos como também violência cometida por alunos aos professores. E não são meras agressões verbais, são físicas mesmo. Há algum tempo um aluno matou um professor. E todo mundo emite opinião sobre isso, principalmente psicólogos e pedagogos. Todos buscando dar explicações que a mim não convencem.
O nosso medo, a nossa covardia, a nossa incapacidade de reagir, prevaleceu. Em primeira instância temos a violência infanto juvenil. Ante a passividade dos diretores, professores e funcionários dos colégios, os alunos se agridem alegremente certos de que não serão punidos, porque alguém inventou que não se pode punir uma criança. O resultado é esse que se está vendo.
Meu filho vinha sendo agredido por um colega na escola. Como ele foi educado para não reagir e comunicar tais fatos aos professores e diretores, que deveriam tomar as devidas providências, foi isso que ele fez. Mas nada aconteceu. Ciente do fato fui ao diretor da escola exigir providências. Ele prometeu agir, mas, nada fez. Então eu fui com meu filho até a porta do colégio. Quando o moleque foi chegando eu o peguei pela gola, sacudi na parede e lhe disse. Se você voltar a tocar a mão em meu filho, eu lhe arrebento de pancada. Agora vá e diga a seu pai que eu também sei o que fazer com ele.

No dia seguinte o diretor me chamou e queria me passar um sermão. Eu me adiantei a ele: Olha, eu lhe pedi providências, você não tomou, eu agi por minha conta. Ele, preocupado, disse: mas e se o pai dele vier aqui? Retruquei: Se você não tem coragem de dizer a ele que o filho dele é um moleque indisciplinado e mal educado, me chame que eu digo. E depois disso meu filho nunca mais foi molestado naquele colégio.

Vamos passar a outra instância. Sem hipocrisia, responda caro leitor: Se você estiver dentro de sua casa e descobrir que alguém pulou o muro da sua casa e está tentando entrar em sua casa. Você tem uma arma em casa. O que você faz? Ante a eminente agressão, você atira no bandido ou pede delicadamente a ele que possa se servir do que quiser? Não me diga que vai chamar a Polícia, porque, nos dias de hoje, ela não chega a tempo e, se chegar, não vai fazer nada a não ser preencher um boletim de ocorrência. E você passa a ser mais um número nas estatísticas de violência urbana.

Vamos à outra instância. Os políticos, os governantes, nos roubam descaradamente, todos os dias. O que você faz? Fica calado ou vai para as ruas, de cara pintada, pedir cadeia para eles? Você não faz nada, porque não quer se comprometer. Não quer perder a boquinha que tem. Algum subemprego, algum cargo para um filho ou parente. Não quer se envolver. Deixa que outros decidam por você. E tudo isso, sabe por que? Porque temos medo. Somos covardes e acomodados.

Eu já fiz a minha parte pela coletividade quando combati a ditadura militar. Agora, com quase 60 anos, deixo para as novas gerações decidirem que futuro desejam.

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