sexta-feira, 18 de março de 2011

Pra que um estádio novo?

Eu usei este espaço para declarar a minha esperança no movimento PensarFeira, dada a qualidade das pessoas envolvidas inicialmente no projeto. Nelas depositei minha confiança em que algo de bom pode surgir do movimento. Mas, em conversa com Cironaldo Santos, revelei a minha preocupação quanto à presença de políticos no grupo.
Entendo que a iniciativa privada deve prevalecer nas discussões e estudos, e que os políticos só devem ser acionados quando se fizerem necessários para se obter esta ou aquela ação governamental. A presença de políticos no grupo de discussões e estudos, no meu modo de entender, vai provocar o jogo de interesses, que já destruiu outras iniciativas iguais a esta.

Já no primeiro momento minhas considerações se fizeram valer. Entre as primeiras propostas surgiu a da construção de um novo estádio para Feira de Santana, com direito a vereador conclamando união em torno da idéia de Feira de Santana se encaixar com uma das sub-sedes ou, pelo menos, atrativo turístico para os estrangeiros que virão para a Copa do Mundo.

Um novo estádio para que? Os três clubes da cidade não têm torcida suficiente para lotar o atual estádio e a média de público e renda dos mesmos é das mais pífias do campeonato baiano. Isso sem se falar que o Bahia de Feira, cujo proprietário realiza o que diz, pretende construir o seu próprio estádio. Aliás, esta deveria ser a primeira meta de todo clube de futebol que se preza.

Mas, a construção de um novo estádio envolve muito dinheiro. E é justamente isso que atrai os políticos. Se houvesse seriedade e honestidade nos propósitos dos nossos políticos, eles estariam empenhados agora em defender a ampliação e equipamento do aeroporto da cidade, pois o futuro bem próximo o aponta como uma das prioridades para o desenvolvimento econômico do Município. O governo Wagner, através do seu representante, Zezéu Ribeiro, já assinalou que o nosso aeroporto não é prioridade.

Para um município que está em vias de construir um Pólo de Logística, e que já tem até empresa de aviação interessada em usar o aeroporto local com central de distribuição de cargas (no caso a Azul), é incoerente se pensar em estádio de futebol (desnecessário) em detrimento da defesa da ampliação e equipamento do seu único aeroporto.
Acredito no bom senso das pessoas que estão à frente do movimento Pensar Feira. São elas que têm que mostrar aos políticos quais as nossas prioridades e exigir ação por parte deles, e não o contrário. Aliás, os políticos locais deveriam se preocupar primeiro, antes de entrar em novas saias justas, nas mazelas que já provocaram como a queda da credibilidade do governo junto aos fornecedores, motoristas milionários, assessores ganhando sem trabalhar, blogueiro ganhando mais do que secretário de governo, e muitas mumunhas mais.
Se é para pensar Feira, vamos fazer isso com seriedade.

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