segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

A história de Artemisia Gentileschi, a pintora violentada que se vingou fazendo arte feminista no século 17



"Trancou o quarto a chave e depois me jogou sobre a cama, imobilizando-me com uma mão sobre meu peito e colocando um dos joelhos entre minhas coxas para que não pudesse fechá-las. E levantou minhas roupas, algo que lhe deu muito trabalho. Pôs um pano em minha boca para que não gritasse. Eu arranhei seu rosto e arranquei seus cabelos."
Esse é o relato de um estupro ocorrido há quatro séculos, mais especificamente no ano de 1611.
A vítima era a italiana Artemisia Gentileschi, uma artista cujo talento pode ser comprovado pelo fato de ter sido a primeira mulher aceita na Academia de Belas Artes de Florença, na Itália, a mesma pela qual passou Michelangelo.

Além de ter sido estuprada, ela teve de aguentar ver o agressor livre e sua denúncia questionada abertamente.
Para piorar, Artemisia sofreu com a indiferença e a rejeição do mundo artístico de sua época por ser mulher, e passou pela humilhação de ver a autoria de seus quadros atribuída a seu pai e outros artistas masculinos.
Mesmo depois de morta, durante séculos foi considerada apenas uma curiosidade, uma raridade exótica e menor na história da arte.
Demorou muito para que seu valor artístico fosse reconhecido. E apenas na década de 1970 Artemisia se tornou um símbolo do feminismo. Em novembro do ano passado, o Museu de Roma abriu uma exposição dedicada somente à artista italiana - a mostra termina em maio.
Artemisia e seu tempo reúne quase 100 quadros pertencentes a alguns dos mais prestigiados museus do mundo, e por meio deles é possível revisitar a vida e o trabalho da artista e alguns de seus contemporâneos, incluindo seu pai, Orazio, e outros pintores que trabalhavam na capital italiana no século 17, como Guido Cagnacci, Simon Vouet e Giovanni Baglione. Click no link e leia matéria completa no BBCBrasil

Nenhum comentário: