segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

Mais conversa, menos exames e remédios: o que propõe o movimento por 'Medicina sem Pressa'



Uma medicina mais lenta e atenta às necessidades individuais de cada paciente, que priorize o diagnóstico clínico - e não os exames - e a prevenção em vez da medicação.

Esses são alguns dos pontos defendidos pelo movimento Slow Medicine ("medicina sem pressa", em tradução livre), que desembarcou há pouco no Brasil.

Trata-se da versão medicinal de uma filosofia que teve origem na gastronomia em 1986, na Itália, e ganhou em 2004 sua bíblia, o livro Devagar - Como um Movimento Mundial está Desafiando o Culto da Velocidade (Record), do jornalista britânico radicado no Canadá Carl Honoré.

Ao destrinchar um movimento que pede calma numa sociedade estressada pela pressa, o autor agradou leitores de todo o mundo e acabou na estante dos mais vendidos. E a moda "Slow" ganhou adeptos ao redor do planeta - e em diversas áreas.

Na medicina, o termo foi usado pela primeira vez pelo cardiologista italiano Alberto Dolara, num artigo publicado em 2002. Para ele, o movimento Slow seria uma contrapartida ao "constante impulso de aceleração na sociedade moderna".

Consultas mais demoradas são um dos pilares da filosofia - a ideia é que o paciente seja visto como uma pessoa completa, não como um conjunto de enfermidades -, mas há outros aspectos envolvidos.

Entre eles estão o compartilhamento das decisões, a ênfase na saúde e não na doença e a prevenção como terapia.

As propostas, no entanto, recebem críticas de outros especialistas, que defendem haver outras prioridades na medicina.

"Até louvo as entidades que queiram ter uma medicina mais personalizada", disse o ex-presidente da Sociedade Brasileira de Urologia Aguinaldo Nardi.

"É o que nós devíamos ter mesmo. Mas estamos muito longe disso." 
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