Terremoto não é o nosso forte porque
somos abençoados pelas placas tectônicas. As placas que servem de berço para o
Brasil e para o resto das Américas se movem para o oeste a uma taxa de até 10
centímetros por ano. Elas seguem em direção à placa vizinha, que jaz nos
subterrâneos do Oceano Pacífico. Essa placa vizinha não foge, claro: acaba
sugada para os porões das placas americanas.
O material tragado nesse processo
subterrâneo acaba chegando à superfície, e acumulando-se. Na parte do sul do
continente, chamamos esse material de Cordilheira dos Andes. Na parte norte, de
Montanhas Rochosas. A formação dessas cadeias de montanhas não é suave,
naturalmente. Estamos falando em trilhões de toneladas de crosta terrestre se
movimentando. Devagar, mas sempre. E é isso que causa os grandes terremotos.
Como o Brasil está longe desse nascedouro de montanha, estamos bem – enquanto
Chile e Califórnia estão mal.
Mas ninguém no mundo fica completamente
livre de terremotos. O movimento das placas é violento a ponto de criar
tremores em lugares insuspeitos de vez em quando. Foi o que aconteceu ontem no
Maranhão. O terremoto, de 4,6 graus na escala Richter (capaz de quebrar vidro)
não foi tão incomum. Segundo o Centro de Sismologia da USP, terremotos dessa
magnitude para cima acontecem uma vez a cada 5 anos – em geral, perto da
fronteira com o andino e tremeliquento Peru, mas não há área completamente
livre de tremores no país. Já os terremotos menores, basicamente
imperceptíveis, não param nunca. Só em 2016, juntando todos os tipos de
chacoalho, foram 221 terremotos – e não, nesse quesito 2016 não foi um ano
atípico.
Para saber se o chão debaixo dos seus
pés tremeu nos últimos tempos, veja
aqui no site do Centro de Sismologia da USP. Eles monitoram todos os
terremotos do planeta em tempo real, e mantêm o registro de todos. Para ver só
os terremotos brasileiros, clique na aba “Ativar Filtros”. Aproveite. (Super
Interessante)
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