terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A “Alma”, penada, dos estádios de futebol


O Nordeste, apesar de tudo que já deu e continua a dar ao Brasil, continua sendo discriminado pelos povos das regiões situadas mais ao Sul do País. Isso se deve ao fato de não termos representantes comprometidos com a defesa dos nossos interesses. Pelo contrário, em troca de algumas migalhas que os abastados e poderosos lhes atiram, comportam-se passivamente diante do desenrolar de fatos que prejudicam diretamente os nossos interesses.
E com o futebol não é diferente. Apesar de termos torcedores apaixonados, que sempre lotam os estádios quando suas equipes estão bem, nossos dirigentes aceitam passivamente as regras impostas pelos cartolas do Sul, que não permitem que nossos clubes cresçam e apareçam. Só pra lembrar. Quando os cartolas da CBF perceberam que o Campeonato do Nordeste começava a superar em renda, número de torcedores nos estádios, e começava a atrair bons jogadores, acabaram com o torneio. E diga-se, com a permissão dos nossos cartolas.
Alguém pode até questionar que, com tanta coisa séria pra falar, porque estou eu aqui falando de futebol? Justifico. É que futebol é uma coisa séria. Ou, pelo menos, deveria ser. Afinal, o mercado da bola movimenta bilhões, aquece a economia, põe o dinheiro para circular, além de dar oportunidade de inclusão social para jovens carentes e servir de lenitivo nos fins de semana para quem dá duro a semana inteira. Pão e circo, era a receita dos antigos governantes romanos para se manter no poder. De barriga cheia, todo mundo trabalha melhor, e se tem diversão no fim de semana, a população fica calma, se distrai e não dá muita importância às mazelas da política.
Todo mundo fala que Feira de Santana poderia ter fortes equipes disputando o campeonato baiano. Poderia sim. Mas, vejam: O clube mais tradicional e de maior torcida da cidade, o Fluminense, não consegue crescer. E não consegue porque perdeu toda a credibilidade junto a quem poderia ajudar financeiramente. Foram inúmeras as chances que se deu ao Fluminense para revitalizar sua saúde financeira, mas o clube só vive na pendura. Isso se chama má gestão.
Às vezes, quando a equipe conquista um resultado expressivo, como foi derrotar o poderoso Bahia em Pituaçu esta semana, ai por algum tempo as pessoas esquecem que a última conquista do clube aconteceu em 1969, ou seja, há mais de 40 anos. Apesar de tudo poderia ter conquistado mais. Mas deixou escapar um título nacional no Pará e um campeonato baiano no Barradão, por conta da covardia e falta de iniciativa dos seus dirigentes.
O que anima o futebol, o que faz o dinheiro circular, são as torcidas, consideradas como a “Alma” dos estádios. Mas diante do quadro que temos, com diretorias incompetentes, diretores compromissados apenas com seus próprios interesses, os torcedores por muito tempo ainda vão viver como as “almas penadas” dos estádios de futebol.

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