terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Trabalho infantil

Assisti a uma reportagem na TV onde foi mostrado o dia a dia de uma família bem simples e comum, vivendo no interior de Minas Gerais. O chefe da família ficou viúvo muito cedo. Sua jovem esposa morreu vítima de uma dessas doenças tropicais, tipo dengue, que as autoridades sempre dizem estar erradicadas ou sob controle, deixando-o com dois filhos pequenos. Ele voltou a se casar e a nova esposa trouxe consigo uma criança mais ou menos da mesma idade que os dois filhos do novo marido.

As três crianças, na faixa etária de 6 a 10 anos, viviam com o pai, que lidava com um carro de bois, num pequeno sítio. Ao raiar do dia os meninos se levantavam e iam ajudar aos pais na lida diária. Quebrar milho para alimentar as galinhas e os pintinhos, alimentar os porcos, ordenhar a vaca, e tantos outros afazeres domésticos como varrer a casa e o quintal, pegar água na fonte, e todas essas coisas da vida no campo.

Mais tarde, eles atrelavam duas parelhas de bode num “carro-de-bode”, e iam até um local onde o pai deixava lenha colhida na mata que eles levavam para casa no carrinho. Ainda havia tempo para jogar bola e brincar com brinquedos que, em sua maioria, eram fabricados por eles mesmos. Após tomar banho e almoçar, eles pegavam o carrinho de bode e iam até uma estrada onde passava o ônibus que os levaria à escola. À tardinha, de volta para casa, após mais alguns afazeres domésticos e deveres da escola, jantavam e dormiam, para acordar cedo no dia seguinte e começar tudo de novo.

Questionado sobre o futuro das crianças, o pai disse que aquele sítio era deles, e que quem quisesse ficar e trabalhar ali, já teria um começo de vida. E quem quisesse ir para a cidade, trabalhar ou estudar visando uma profissão, também teria oportunidade. A escolha era de cada um, pois ele já estava fazendo a sua parte, educando, sustentando, e dando educação doméstica aos filhos. Ali vivia uma família feliz.

Corta para a cidade. Há pouco tempo, em Feira de Santana, uma senhora vivia catando lata, papelão, plástico e outros materiais recicláveis para vender. Dali ela tirava o sustento dela e do filho, um pré-adolescente que a auxiliava na cata dos materiais para vender. Viviam numa casa humilde, num bairro periférico, e o garoto, sob o olhar da mãe, trabalhava pela manhã, e à tarde ia para a escola.

Tudo ia muito bem até que apareceu o pessoal do “politicamente correto”, essa gente dos conselhos tutelares, e disse que o trabalho infantil era proibido e que o menino teria que deixar de trabalhar, senão a mãe seria presa. Esta, não teve outra escolha senão obedecer. Sem ter que trabalhar, o jovem envolveu-se com más companhias, e longe do olhar da mãe, passou a usar drogas e praticar pequenos delitos, Acabou sendo morto pela Polícia.

Algum tempo antes desse episódio, um pai, que havia sido preso porque dera uma surra no filho, pedia ajuda aos conselhos tutelares e todas as autoridades que “cuidam” da infância e juventude, para que o ajudassem a livrar o filho das drogas. Não obteve a ajuda e seu filho também foi morto pela Polícia.

E assim, longe dos olhares dos pais, obedecendo às regras dos conselhos tutelares, com base no “politicamente correto”, nossa juventude se perde entre as balas atiradas por quem a deveria proteger.

Um comentário:

Anônimo disse...

Aplausos caro reporter esta é uma realidade da vida do brasileiro humilde,porque pobre exitemmas de espiritos com muitos bens.Parabéns