terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Respeita-se a quem se dá ao respeito


Ouvia eu o programa Jornal da Princesa, apresentado por Paulo Silva e Genésio Serafim, quando estes comentavam sobre o episódio envolvendo a prisão de repórteres do programa Pânico, da TV Bandeirantes. Os jornalistas foram presos quando desenvolviam uma matéria vestidos com farda da Polícia Militar “vendendo” produtos que diziam que haviam sido roubados. Os repórteres foram detidos e levados a uma delegacia para prestar depoimento.
Ao comentar o fato, os apresentadores do jornal da princesa disseram que a polícia merece respeito. Eu diria que a polícia precisa ser respeitada, mas, antes, precisa se dar ao respeito. Para tanto, ela precisa expurgar dos seus quadros os maus elementos, verdadeiros marginais fardados que amedrontam a população.
Eles também tentaram justificar a ação recente de dois policiais que espancaram um adolescente na Avenida João Durval, e foram flagrados por uma câmera de segurança. Alegaram que aquele fora um fato isolado, e que os policiais vivem estressados e mais um monte de besteiras para justificar o injustificável.
Nem bem fecharam a boca e um ouvinte entrou no ar para dizer que aquele não fora um fato isolado, e sim rotineiro, mas que nem sempre são flagrados pelas câmeras. Segundo ele, no ano passado um seu filho também foi abordado da mesma forma, foi espancado e o colega dele ainda levou um tiro nas nádegas. Ou seja, o policial atirou pelas costas em um jovem desarmado.
Um pouco mais adiante o repórter Virgílio porto entrevistou uma senhora cujo filho fora assassinado covardemente, a sangue frio, na porta da filarmônica vitória, no centro da cidade, por um elemento bastante conhecido, a quem são atribuídos diversos assassinatos. Segundo ela, esse indivíduo, que anda solto por aí, já teria inclusive ameaçado de morte um colega do seu filho.
Os comandos das polícias precisam eliminar o corporativismo exarcebado que oculta informações para a população e ocultam os mal feitos dos seus policiais. Salvo quando são flagrados por microfones e câmeras ocultas, como aconteceu recentemente em Feira de Santana, é que se tem conhecimento da forma truculenta e desonestas com que agem os policiais.
E ainda veio um comandante dizer que os dois gorilas que espancaram um adolescente desarmado e que não reagiu, são “bons policiais”. Ora, meu caro comandante, se aqueles são os bons, eu não quero conhecer os maus. Deus me livre
Curiosamente o fato aconteceu num momento em que está no ar, em toda mídia, uma campanha publicitária do governo do estado, pedido aos cidadãos que não reajam às abordagens dos policiais, mantenham a calma e se identifiquem. Problema nenhum. Quem não deve não teme.
Mas, o que as pessoas temem, tanto quanto temem os bandidos, são os próprios policiais. A policia precisaria ser respeitada e não temida. Mas, repito, precisa conquistar este respeito começando por respeitar a quem paga os seus salários. Ou seja, nós, os cidadãos contribuintes.

Um comentário:

Anônimo disse...

Muito bom sua reportagem meu caro jornalista.Uma coisa que sempre me vem as ideias.Você acha que fardamento policial pode ser vendido assim aleatóriamente? Se pode ou não so o comando pode responder,mas hoje mesmo eu passei em frente a uma loja em uma galeria de nossa cidade a princesa do sertão e vi muitos objetos de uso exclusivo da policia.Ou o governo do estado não passa a els .Como qualquer empresa ou por que estão exposto em uma loja .Por favor me responda só para tirar uma duvida .Abraços o povo tem direitos e deveres.
E os que são funcionarios de estatais só tem direitos .Onde estão os deveres.Mas excessão exite não é verdade?