segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A grávida, o médico, o advogado e o jornalista

Conversavam à mesa de um bar um médico, um advogado e um jornalista. Entre uma bebida e outra, conversavam amenidades. Até que passou por eles uma bela jovem ostentando uma bela barriga. Grávida. Daí foi um passo para a conversa descambar para as questões salutares, morais e éticas em se manter relações sexuais com uma mulher grávida. Sim! Porque há controvérsias. Há quem defenda que é saudável, há quem diga que é imoral e há quem diga que é antiético, e ilegal, entre outras coisas.
O médico passou a relatar um episódio ocorrido com ele durante uma das suas andanças por cidades interioranas onde prestava atendimento em hospitais e postos de saúde. Segundo ele, num dos seus deslocamentos, uma bela jovem, grávida, lhe pediu carona. Solícito, ele a levou. Durante o percurso, conversavam, e ele descobriu que ela seria mãe solteira. Conversa vai, conversa vem, a moça começou a se insinuar para ele.
Ali começava um drama de consciência para ele. O seu lado médico dizia que era perfeitamente normal e saudável um relacionamento sexual com uma mulher grávida. Principalmente, ela, uma bela e jovem mulher. Já o lado homem casado, cônscio das suas responsabilidades éticas e morais, lhe dizia que aquele relacionamento seria imoral e antiético. Além de tudo perigoso.
E assim foi, até a chegada ao destino, onde ele se despediu da moça, não sem deixar uma porta entreaberta para futuras conversas. Afinal, aquele drama ainda não estava resolvido. Do alto dos seus mais de 60 anos, não era todo o dia que surgia uma oportunidade daquelas. Uma jovem se interessar por um homem maduro é sinal de inteligência e massageia o ego de qualquer sessentão, como era o caso dele.
Por sua vez, o advogado, também maduro e casado, passou a ponderar as questões legais de um relacionamento daqueles. “Hoje em dia isso é muito perigoso – dizia ele – pois até namorada pode requerer direitos de esposa, mesmo com pouco tempo de namoro. Sei não. Eu teria que dar uma revisada nas leis que tratam dos relacionamentos amorosos, para não ter problemas mais tarde”.
Ele ainda ponderou que, teria que saber também qual o grau de instrução da moça. “Sabe-se lá se não é uma colega? Por outro lado (por outro lado aí muito bem aplicado), não haveria necessidade também manter um relacionamento convencional. Bastaria, por exemplo, que ela dispensasse o orifício corrugado situado à região glútea, logo abaixo da espinha dorsal, o que não acarretaria em maiores problemas para o feto”.
O médico voltou a ponderar que, neste caso, justamente por estar grávida, a jovem poderia sofrer com problemas de hemorróidas. O advogado ainda argumentou sobre a guarda da criança. O filho não era dele, claro, mas se o relacionamento se prolongasse, poderia acontecer dele se afeiçoar à criança, e esta a ele, e então, em caso de separação haveria litígio pela guarda do filho. E assim prosseguiram por um bom tempo, discutindo os prós e contras da situação.
Foi então que envolveram o jornalista na conversa. O mesmo estava como que em transe, com o pensamento distante, quando o abordaram, perguntando de chofre: “E você, meu caro, o que acha”.
- Ah! – exclamou o jornalista acordando do seu transe e suspirando fundo – Eu adoraria encabelar aquele menino...

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