sexta-feira, 23 de novembro de 2012

O fim do mundo



"Levanta! Me serve um café que o mundo acabou” (Eduardo Dusek)
          Na quarta-feira passada (21) começou a contagem regressiva de 30 dias para o fim do mundo, conforme a profecia Maia. As reações entre as pessoas diante do fato são bem diversificadas. Vão da total indiferença, passando pela apreensão e até pelo caminho da galhofa, inclusive com direito a programa de TV dando dicas sobre como aproveitar o fim do mundo. Algumas pessoas, entretanto, estão obsessivamente preocupadas e temerosas. Eu, simplesmente, afirmo que o mundo não vai acabar.
         Na semana passada um cidadão, diante de algumas colocações que fiz a respeito do comportamento humano atualmente, falou que eu dizia aquelas coisas porque acreditava que o mundo havia acabado. De certa forma, ele tem razão. O mundo, como eu conheci e gostava, acabou. Antes eu acreditava que era um problema localizado, no Brasil, mas a era da internet ampliou minha visão e hoje eu sei que é um problema global, sendo um pouco mais acentuado aqui ou ali.
         Segundo os estudiosos, era sobre este tipo de fim que a profecia Maia se referia. Um ciclo termina e outro começa, como tudo no universo. A humanidade está andando na corda bamba. Ou alcança o outro lado ou cai no abismo. O planeta, apesar de todas as agressões sofridas, o planeta resistirá e sobreviverá, irá se recompor. Mas a humanidade poderá ser o carrasco e vítima de si mesma.
         Sei que é difícil para quem está envolvido no turbilhão diário do trabalho, das necessidades da família, dos desgovernos, da violência urbana, além de todas as incertezas da vida e da morte, ver com clareza o que acontece à sua volta. Não é fácil perceber como somos diariamente roubados, traídos, desrespeitados, enganados e manipulados para acreditar no que os que se acham donos do mundo querem que acreditemos.
         Eu afirmo, e não espero que ninguém acredite ou concorde comigo, que nada do que se lê, ouve ou vê através dos meios de comunicação, é o que aparenta ser. Todos eles estão a serviço de algum grupo econômico, financeiro ou religioso, e manipulam as informações para nos fazer acreditar naquilo que querem que acreditemos. E como estamos todos viajando num trem em alta velocidade, dificilmente poderemos descer dele para observar o que acontece e pensar com calma sobre o assunto.
         Alguém irá perguntar por que então eu tenho certeza do que estou dizendo. Acreditem se quiserem, mas eu consegui descer do trem. E quando a gente esta de fora é muito mais fácil perceber a realidade dos fatos. Principalmente quando se percorreu uma estrada tão rica em informações e conhecimentos quanto a que eu percorri ao longo dos meus quase 60 anos de idade e mais de 30 de profissão.
         O mundo, aquele em que eu nasci, vivi minha infância e juventude, amei e lutei por ele, não existe mais. Já criei meus filhos, brinquei com meus netos, cumpri minha missão. Agora estou empenhado eu outra, mas que não depende apenas mim, outros darão continuidade. A profecia maia não me afeta em nada.

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