terça-feira, 2 de agosto de 2011

Tudo muito caro


O Arcebispo de Salvador, Primaz do Brasil, D. Murilo Krieger, esteve aqui em Feira de Santana na semana passada, para participar dos festejos de Senhora Santana. Entre as muitas declarações que deu à Imprensa, uma me chamou a atenção. Ele queixou-se da falta de apoio dos governos para as causas sociais.
Segundo ele, o governo chama a si a responsabilidade, mas como tudo no governo é muito caro, os serviços não dão os resultados que dariam se estivessem em mãos de iniciativas particulares. Para D. Murilo, em vez de chamar a si a responsabilidade, o governo deveria apoiar as pequenas iniciativas particulares, como creches, escolas, centros de convivências para idosos, que são tocados por instituições filantrópicas como a própria Igreja Católica, ou por pequenas Organizações Não Governamentais (ONGs), que com certeza fariam render mais o dinheiro aplicado.
Está cheio de razão o Arcebispo. Um exemplo claro de como as coisas no governo são muito caras está à vista de todos em Salvador, que são as obras do Metrô. Para fazer seis quilômetros de linha, o governo vem se arrastando há anos (começou no governo passado) e não dá sinais de que vá ficar pronta, apesar de já ter triplicado ou quadriplicado o custo previsto inicialmente.
E as coisas não são apenas muito caras, quando se trata de governo. Há também muito desperdício de dinheiro. Aqui em Feira de Santana temos o exemplo da obras do Centro de Convenções, também iniciada no governo passada, e até hoje inconclusa. O local foi tomado pelo mato e virou esconderijo de marginais até que, recentemente, pegou fogo.
Quando se trata de governo, o que custa X no mercado, passa a custar dois, três, quatro X. Só há uma explicação para isso: Alguém está pagando X ao fornecedor do bem ou do serviço e está embolsando dois ou três X. E a maioria das obras não andam porque sempre tem algum órgão ou alguém dentro do próprio governo que dificulta as coisas. Esta semana a TV mostrou uma reportagem sobre uma obra numa rodovia que há anos não sai do papel por conta de desentendimentos entre setores do próprio governo. Enquanto isso, vidas vão sendo perdidas todos os dias na perigosa rodovia.
Há poucos dias eu conversava com Dílson Barbosa no estúdio da rádio Princesa, e lhe falava que não acreditava que os estádios brasileiros ficariam prontos para a Copa do Mundo de 2014. Do alto da sua experiência e sabedoria, ele riu e disse: Ah! Meu caro Cristóvam. Vão ficar prontas sim. Elas envolvem muito dinheiro e muitos interesses. A demora é pra aumentar o preço, mas na hora H o dinheiro vai aparecer. Pode apostar.
E quem sou eu pra duvidar disso.

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