segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ser melhor exige tempo...
     
 Se não tivéssemos aprendido um pouco sobre a metamorfose das borboletas, sequer poderíamos imaginar que o mesmo inseto que esvoaça entre flores, teria sido uma asquerosa lagarta, que semanas antes estava se rastejando pelo mesmo jardim.
  
Foi necessário interesse e maturação para se estudar o delicado comportamento dessas lagartas, do contrário, teríamos emplacado no extermínio daquela devoradora de plantas e erradicaríamos da natureza a beleza colorida, que vivifica os bosques.Uma dedicação semelhante se faz necessária para cada um de nós, quando a questão envolve vidas e comportamentos.

Como seria fácil se para o nosso convívio diário – diante das divergências e na tentativa de convencer alguém sobre uma determinada opinião –, pudéssemos inserir um cartão de memória pré-programada, para obter os resultados esperados, como fazemos em máquinas… ou ainda, não estando satisfeitos com as atitudes e procedimentos de alguém, simplesmente cortássemos o contato com ele, como podamos os ramos de uma árvore em nosso jardim.

Por diversas vezes, já tivemos muita vontade de “abrir” a cabeça de alguém e fazer com que entendesse o nosso pensamento para que vivesse a nossa vontade. Entretanto, bem sabemos que diante de tais desafios, o desejo de tomar atitudes enérgicas, muitas vezes apoiados na autoridade do nosso autoritarismo, quer, na verdade, sufocar a “metamorfose na vida” daqueles que ainda precisarão atingir o amadurecimento, como ocorre com as borboletas.

Quão dedicado e bondoso é o nosso Deus que, percebendo os riscos que corremos diante das nossas próprias atitudes, não lança mão de toda Sua poderosa autoridade, prendendo-nos em lugar seguro, cortando nossas pernas, língua, olhos ou qualquer outro membro que poderia nos fazer sucumbir a gestos, que não O agradariam… Contudo, nada disso acontece, pois Ele é incapaz de querer o nosso mal e respeita a liberdade de cada um de Seus filhos.

Tendo como modelo de comportamento Aquele que, desde o princípio, conhece a importância de cada um de nós para compor a alegria do mundo, esforcemo-nos em acolher e respeitar o tempo de transformação daqueles que nos rodeiam, entendendo que para cada um foi dado um “colorido” especial.

Do mesmo modo que posso vê-lo como “lagarta”, outros poderão me ver envolto num “casulo”.

Dado Moura (http://www.forumespirita.net)

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