sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A Igreja e a Política



Engana-se, quem acredita que igreja e política caminham separadas. A Igreja Católica já capitaneou as chamadas “Teocracias”, nações governadas pela Igreja cujas Constituições eram baseadas na Bíblia. E nem por isso elas deixaram de entrar em guerras, enfrentar revoluções, e seus povos foram tratados com mão de ferro, vivendo na pobreza e na ignorância. A Santa Inquisição prendeu, torturou e matou, enforcados ou queimados na fogueira, todo aquele que ousou discordar do regime teocrático.


Pode-se até dizer que o atraso da ciência se deve à Igreja, que sob a acusação de práticas demoníacas, prendeu e matou pessoas estudiosas, que tentavam desvendar os tais “mistérios” que a Igreja não explicava. Um exemplo clássico é Galileu Galilei, que foi obrigado a negar, sob ameaça de ser queimado na fogueira, sua descoberta de que a terra girava em torno do sol, porque a Igreja afirmava que a terra era o centro do universo.

Teoricamente, o Vaticano é um país/estado neutro, encravado no seio da Itália, e não deveria interferir em assuntos políticos. Não deveria, mas não é o que acontece. Porque no mundo inteiro a Igreja Católica (e a protestante também), interferiram e interferem, e muito, nas questões políticas das nações.

Aqui no Brasil ficou conhecido como “Marcha da Família com Deus pela Liberdade” uma série de manifestações públicas organizadas pela Igreja Católica, associada a setores conservadores da sociedade brasileira, em resposta ao comício realizado no Rio de Janeiro, durante o qual o presidente João Goulart anunciou seu programa de reformas de base. O movimento congregou cerca de meio milhão de pessoas em repúdio ao presidente João Goulart e ao regime comunista, e desembocou no golpe militar que implantou uma ditadura no país.

Apesar de estar perdendo espaço a passos largos para outras religiões, por conta de diversos fatores, sendo, talvez, o principal deles escândalos financeiros e sexuais envolvendo seus membros, a Igreja Católica ainda tem muita força política. E é porque sei disso, que fico inquieto com esta crise que ora abala o Vaticano, com a renuncia do Papa Bento XVI.

Eu poderia marchar tranquilo com aqueles que acreditam até que Sua Santidade está sendo coerente por renunciar a um cargo para o qual ele se julga inapto a exercer, por conta da sua idade avençada e da fragilidade da sua saúde. Mas, sei que, infelizmente, não é por isso. O Vaticano é o centro das maiores batalhas políticas cujos resultados, em algum momento, afetam a ordem política e econômica do mundo.

         E essa crise do Vaticano não poderia vir em pior momento. O mundo já está por demais conturbado com a crise do Euro, com a crise atômica, com Irã e Coréia do Norte desenvolvendo projetos nucleares, com o Islã aterrorizando o planeta, objetivando matar todos os “infiéis”, e mais as crises políticas e morais que assolam grandes países do mundo, inclusive o Brasil.

         Oremos!

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