quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

A boa árvore se conhece pelos frutos


«Não há árvore boa que dê mau fruto; nem tampouco árvore má que dê bom fruto. Pois cada árvore se conhece pelo seu fruto. Os homens não colhem figos dos espinheiros, nem dos abrolhos vindimam uvas. O homem bom do bom tesouro do seu coração tira o bem, e o homem mau do mau tesouro tira o mal; porque a sua boca fala o de que está cheio o coração.» (Lucas 6:43-45)

Eu nunca vi alguém listar suas próprias qualidades negativas, com exceção daqueles momentos acalorados pelos acontecimentos que se debatem sobre cada um, onde a boca vira uma metralhadora a expelir ofensas contra si e contra todos que estiverem em seu raio de domínio existencial.
Todo mundo é um bom fruto, ninguém nunca teve uma encarnação fora dos padrões comportamentais e, a maioria dos que assim relata, é simplesmente para se mostrar intrépido e excêntrico.
É até bom que a preferência seja pela bandeira do bem. O mundo seria horrível se a valorização da vida fosse ao contrário.
Você pode se colocar no lugar de fruto de uma árvore e verificar a qualidade desta ou do pomar que lhe deu origem. Não se deve fazer um julgamento de uma árvore apenas por um fruto que nasceu “peco” ou “murcho”, um fruto que foi excluído de suas origens ou espetacularmente saudável. É aconselhável se verificar a safra.
Você também pode se colocar no lugar da arvore e verificar a qualidade dos frutos que você tem semeado sobre o planeta terra. Também não vá julgar a si por um fruto de sua safra que não atingiu o padrão de qualidade. No nosso caso, cada árvore é dupla e composta de pai e mãe. A culpa e os méritos são divididos.
Vamos lembrar que em nossa sociedade terrena, muitos padrões de qualidade são simplesmente estigmas comerciais, sociais ou profissionais. Não têm nada há ver com um fruto bom ou ruim.
Esses estigmas são tão fortes que é comum se ouvir de alguém a frase, “meu nome é trabalho”, como se ele fosse um fruto que veio ao planeta terra com a missão exclusiva de  ganhar dinheiro para, ao retornar a pátria espiritual, transferir esses valores via correio, banco ou consórcio funerário e abrir um “ganha-pão” nas imediações do Umbral.
Também essa história que: “aos familiares, tudo. Aos estranhos a lei”. É um reflexo que não se combina com espiritualidade. Não precisa ninguém dar as costas a um irmão necessitado só porque este não nasceu de sua árvore familiar.
Quem conhece o processo reencarnatório sabe que aquele solicitante que, no momento, não faz parte de sua família, pode, muito bem, ter sido aquele fruto desgarrado de uma árvore que, talvez um dia, tenha sido sua origem.
Se seus antecedentes são espelho do bem, então você e um bom fruto, mesmo que alguns frutos tenham sido desgarrados ou excluídos.
Se, no seu caso, os seus frutos não lhe causam vergonha, então, você é uma boa árvore.

Conrado Dantas


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