quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Num espetáculo inédito, Natal Encantado leva ópera para a praça


 
 Numa apresentação inédita nos anais da cultura de Feira de Santana, a Ópera Estúdio da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP) – Tom Jobim - foi efusivamente aplaudida de pé por um público estimado em  1.500 pessoas que, numa noite especialmente chuvosa, se deslocou das suas casas à Praça Padre Ovídio, confirmando, o grande sucesso do Natal Encantado, consolidado, em sua segunda edição, como o maior e mais diversificado evento de cultura e arte religiosa do Norte e Nordeste.
O espetáculo, também inédito para o corpo de ópera da EMESP, que pela primeira vez, em dez anos da sua fundação, apresentou-se para uma plateia ao ar livre, fora do âmbito de casas teatrais, e foi escrito pelo compositor clássico Gioacchino Rossine, em 1825, com um libreto italiano de Luigi Balocchi. Estreada com o título de Le Voayage à Reims ou I´Hôtel du Lys-d`Or, a última ópera de Rosssini é composta por catorze solistas, sendo três sopranos, uma contralto, dois tenores, quatro barítono e quatro baixos.
 
A personagem principal do libreto de Luigi Balocchi é Madame De Staël, e a história se passa no hotel Lys d´Or, uma pequena estação termal de Plombières, onde há o encontro de um grupo cosmopolita de autoridades militares e de várias cortes europeias, viajantes foliões, a caminho de Reims, onde esperam assistir à coroação de Carlos X, rei de França.
Sob a vigilância de Madame . Cortèse, a proprietária do estabelecimento, visando manter a boa reputação ao lisonjear as manias de cada um, os hóspedes excepcionais tentam estabelecer intrigas amorosas e são autores ou vítimas de uma série de incidentes tragicômicos culminando numa grande festa com a coroação do rei.
A Ária, no contexto da ópera,   que se caracteriza por ser uma peça de teatro representada e cantada por cantores líricos, é  subdividida por cinco atos , ambientadas musicalmente por um pianista que interpreta solos criados especialmente adequados às nuances específicas do texto cantado, num crescendo que se evolui à medida que o drama atinge o seu clímax,  entremeadas de belíssimos duetos, culminando num final    apoteótico da junção de todas as vozes,  personificadas pelos “ atores” que compõem o espetáculo.
Datado do limiar do século XIX, os figurinos das personagens, ricos em frufrus, bordados e sedas,  adereços e brilhos, fardões militares com suas dragonas e condecorações, vestidos longos, fraques e cartolas, foi um destaque a parte, não só pela riqueza das peças em si mesmas, mas pelas trocas constantes que os atores faziam, entre as passagens dos atos. (Secom)

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