Numa apresentação inédita nos anais da cultura de Feira de Santana, a Ópera Estúdio da Escola de Música do Estado de São Paulo (EMESP) – Tom Jobim - foi efusivamente aplaudida de pé por um público estimado em 1.500 pessoas que, numa noite especialmente chuvosa, se deslocou das suas casas à Praça Padre Ovídio, confirmando, o grande sucesso do Natal Encantado, consolidado, em sua segunda edição, como o maior e mais diversificado evento de cultura e arte religiosa do Norte e Nordeste.
O espetáculo, também inédito para o corpo de ópera da EMESP, que pela
primeira vez, em dez anos da sua fundação, apresentou-se para uma
plateia ao ar livre, fora do âmbito de casas teatrais, e foi escrito
pelo compositor clássico Gioacchino Rossine, em 1825, com um libreto
italiano de Luigi Balocchi. Estreada com o título de Le Voayage à Reims
ou I´Hôtel du Lys-d`Or, a última ópera de Rosssini é composta por
catorze solistas, sendo três sopranos, uma contralto, dois tenores,
quatro barítono e quatro baixos.
A personagem principal do libreto de Luigi Balocchi é Madame De Staël, e
a história se passa no hotel Lys d´Or, uma pequena estação termal de
Plombières, onde há o encontro de um grupo cosmopolita de autoridades
militares e de várias cortes europeias, viajantes foliões, a caminho de
Reims, onde esperam assistir à coroação de Carlos X, rei de França.
Sob a vigilância de Madame . Cortèse, a proprietária do
estabelecimento, visando manter a boa reputação ao lisonjear as manias
de cada um, os hóspedes excepcionais tentam estabelecer intrigas
amorosas e são autores ou vítimas de uma série de incidentes
tragicômicos culminando numa grande festa com a coroação do rei.
A Ária, no contexto da ópera, que se caracteriza por ser uma peça de
teatro representada e cantada por cantores líricos, é subdividida por
cinco atos , ambientadas musicalmente por um pianista que interpreta
solos criados especialmente adequados às nuances específicas do texto
cantado, num crescendo que se evolui à medida que o drama atinge o seu
clímax, entremeadas de belíssimos duetos, culminando num final
apoteótico da junção de todas as vozes, personificadas pelos “ atores”
que compõem o espetáculo.
Datado do limiar do século XIX, os figurinos das personagens, ricos em
frufrus, bordados e sedas, adereços e brilhos, fardões militares com
suas dragonas e condecorações, vestidos longos, fraques e cartolas, foi
um destaque a parte, não só pela riqueza das peças em si mesmas, mas
pelas trocas constantes que os atores faziam, entre as passagens dos
atos. (Secom)
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