terça-feira, 7 de março de 2017

As duas leis que ajudam o Japão a ser um dos países mais 'magros' do mundo



A lista dos 50 países com menores índices de obesidade do mundo está cheia de nações que lutam contra a pobreza, a fome, a falta de segurança - ou tudo isso ao mesmo tempo. Mas no 38º lugar, entre Mali e Zimbábue, um país se difere do resto.

Com apenas 3,7% de obesidade entre a população adulta, o Japão é, de longe, a nação desenvolvida com taxas mais baixas.

Se o país for comparado a outros membros do G8 (grupo de nações com as economias mais industrializadas do planeta), as diferenças são gritantes: Alemanha, França e Itália têm entre 21% e 22% de obesos na população, Reino Unido tem aproximadamente 26% e os Estados Unidos, quase no outro extremo, registram 33,6%.


Para efeito de comparação, o Brasil tem 17,1% de obesos entre a população.

A BBC Mundo, serviço da BBC em espanhol, conversou com Katrin Engelhardt, especialista em nutrição da OMS (Organização Mundial da Saúde), sobre o sucesso japonês em manter níveis baixos de obesidade e sobrepeso em todas as idades da população.

Por trás dos bons resultados, destaca Engelhardt, há um governo comprometido com políticas para manter o sobrepeso sob controle, investindo muito em programas de nutrição e educação para a saúde.

Todas essas medidas fazem parte de uma campanha nacional chamada "Saúde Japão 21".  Para começar, entenda duas leis específicas que ajudam a garantir a boa saúde no país e a frear a obesidade:



Lei Shuku Iku, para a educação das crianças

"Essa lei tem um nome bem profundo", explica Engelhardt. Shuku faz referência à comida, à dieta e ao ato de comer, enquanto Iku se refere à educação intelectual, moral e física.

O objetivo dessa regra é aumentar a informação dos estudantes sobre a cadeia alimentar, a procedência e a produção dos alimentos, além de exigir educação sobre nutrição desde os primeiros anos de escola até o nível secundário.

Vigente desde 2005, a Lei Shuku Iku determina processos como cardápios saudáveis nas escolas e contratação de nutricionistas profissionais que também tenham formação como professores para dar aulas específicas sobre alimentação.

Além disso, a lei prega a promoção de uma cultura social ao redor da comida. O que isso significa: as crianças são estimuladas a preparar e compartir alimentos nos colégios.



Lei Metabo, para controlar o peso em adultos

Outra legislação que a especialista destaca para explicar o êxito japonês é a Lei Metabo (de metabolismo), que estimula adultos entre 40 e 75 anos a fazerem uma medição anual da circunferência abdominal.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, uma circunferência de mais de 94 cm para homens e mais de 80 cm para mulheres traz mais risco de complicações metabólicas, como doenças cardiovasculares.

Essas medições são feitas pela administração pública e também por empresas.

"Os empregadores têm um dia anual claramente identificado, quando todo o pessoal precisa medir a circunferência da barriga", afirma a especialista da OMS.

Se as medidas não forem saudáveis, as empresas estimulam os empregados a participarem de sessões de apoio e a fazerem mais exercícios.


O objetivo da lei é estimular os adultos a serem mais conscientes sobre a importância de um peso saudável e da prática de atividades físicas. Click no link e leia matéria completa no BBCBrasil

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