O que você faria com uma sexta-feira livre? Dormir até mais tarde? Sair para beber? Arrumar a casa? Um pouco de tudo, talvez?
Se a moda instaurada pela Microsoft do Japão pegar por aqui, é bom
começar a pensar nisso. Em agosto, o braço nipônico da empresa de Bill
Gates testou uma semana de trabalho com apenas quatro dias, de segunda à
quinta.
O projeto, chamado “Work-Life Choice Challenge Summer 2019″, fez com
que os funcionários tivessem um final de semana prolongado durante cinco
semanas consecutivas. Importante ressaltar: os salários se mantiveram,
mesmo com a mudança na jornada de trabalho. Além disso, a empresa
limitou a duração das reuniões para 30 minutos – e incentivou que
conversas pessoais, quando possíveis, fossem resolvidas online.
Deu certo: em uma pesquisa com trabalhadores que participaram da iniciativa, 92% disseram
estar satisfeitos com a semana de quatro dias. Segundo a Microsoft, as
vendas por funcionário aumentaram 40% em comparação com agosto de 2018.
A folga de sexta provocou também alguns cortes de custo para a
empresa. O consumo de energia caiu 23%, enquanto o gasto de papel
diminuiu 59%.
Menos é mais
O projeto da Microsoft vai na onda dos planos do primeiro-ministro do
Japão, Shinzō Abe, de reduzir a jornada semanal da população. Acontece
que a ilha asiática possui uma das maiores (e rígidas) rotinas de
trabalho do mundo, o que leva a problemas de saúde – e até ao suicídio.
No ano passado, a SUPER escreveu sobre a “Segunda Brilhante”, um plano do governo para implementar uma folga mensal para os trabalhadores.
Mas o Japão não é único a entrar nesse. De acordo com a Folha de S. Paulo,
já há iniciativas e apoiadores da redução em países como EUA, Reino
Unido e Irlanda. Na Nova Zelândia, por exemplo, uma consultoria de
investimentos diminuiu a jornada de trabalho de 37,5 para 30 horas
semanais – sem desconto no salário.
Se você leu até aqui, aposto que está contando os dias para que a
ideia chegue aos ouvidos do seu chefe, certo? Bom, apesar do resultado
desses experimentos recentes, há quem não concorde completamente com
isso. Na Microsoft, segundo a Bloomberg, alguns gerentes não
entenderam as mudanças na rotina de trabalho. Alguns funcionários,
inclusive, preocuparam-se com o fato de que semanas mais curtas
incomodarem os clientes.
Agora, cabe esperar que outras empresas testem medidas do tipo, para
que se tenha uma noção mais exata dos impactos da mudança. A próxima,
quem sabe, pode ser a sua. (Superinteressante)
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