sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Falando sério


            A cerca de 15 dias eu ironizei aqui a bravata da presidente Dilma, que numa crise de despeito e ciúme por ver a ex-ministra Marina Silva em posição de destaque na abertura das Olimpíadas de Londres, afirmou que o Brasil faria uma festa mais bonita do que a dos britânicos e acrescentou: "Vocês vão ver. Vamos colocar lá umas escolas de samba."

            Agora, falando sério, um ponto a ser considerado nesta declaração da presidente é que ela observou apenas o lado festivo do evento esquecendo-se dos seus objetivos principais que são: a união dos povos, através da prática esportiva que resulta em inclusão social  e saúde pelo princípio da mente sã em corpo são. Fazer festa e ganhar medalhas são efeitos secundários do evento como preconiza a máxima do Barão de Coubertain "o importante é competir". Mas, acompanhando o raciocínio da presidente, ha logo o equivoco de que as delegações dos países participantes ficariam fora do desfile de abertura dando lugar a escolas de samba ou outros grupos folclóricos. Mas, deixemos a festa de lado e vamos nos ater ao evento esportivo. A primeira pergunta é por que o Brasil obtém resultados tão pífios em Olimpíadas. Até mesmo no futebol, o esporte nacional, nunca obtivemos o êxito máximo, a medalha de ouro. 

            Os países mais desenvolvidos, mais ricos, e mais vitoriosos nos eventos esportivos mundiais são aqueles que investem em educação com seriedade. Os resultados esportivos advém destes investimentos. Nos Estados Unidos, por exemplo, que é o maior papão de medalhas das Olimpíadas, a educação é dada em tempo integral. A criança entra na escola pela manhã e só sai no final da tarde.

            O que tem a ver? Alguém poderia perguntar. E a resposta é que com a educação em tempo integral, os jovens são educados desde a infância na pratica dos esportes em todas as suas modalidades. Quando atinge a idade competitiva já são atletas respeitáveis. Em geral, o desempenho acadêmico anda lado a lado co m o desempenho físico.  E aí se ver o principio da mente sã em corpo são em toda a sua plenitude. 

            Pata alcançar índices aceitáveis de vitorias em jogos esportivos, o Brasil precisaria investir em  educação, nos moldes dos países mais avançados e só colher os resultados após 15 ou 20 anos. Isso soa como algo impossível num país onde pragmatismo é cultuado diariamente. Aqui quem planta uma semente quer colher o fruto na mesma hora. Some-se a isso a falta de interesse político em investir em educação. Para os governantes brasileiros, o povo ignorante é melhor, porque é mais fácil de ser manipulado.  

            E o resultado deste conjunto de coisas é que os jovens brasileiros, mesmo aqueles que já estão cursando o ensino médio não sabem se quer ler escrever ou falar corretamente. Haja vista o desempenho pífio dos estabelecimentos de ensino nacionais na última pesquisa realizada  pelo Ideb.

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