quinta-feira, 14 de novembro de 2013

2013 é ano de fenômenos climáticos extremos e de subida histórica dos oceanos

2013 é ano de fenómenos climáticos extremos e de subida histórica dos oceanos

Números provisórios da Organização Meteorológica Mundial (OMM), um organismo da ONU, publicados esta quarta-feira, revelam que 2013 poderá ficar na História como o sétimo ano mais quente a par de 2003, desde as primeiras estatísticas registadas em 1850. Assinala no entanto um novo recorde de subida do nível dos mares, em março.

"O nível dos mares subiu a um ritmo médio de 3,2 milímetros por ano", indica o relatório. "Um número próximo do ritmo de cerca de 3 mm/ano registados na década 2001-2010 e o dobro do registado no séc. XX, de 1,6mm/ano," acrescentam os especialistas. 
O relatório provisório da OMM para 2013 revela as temperaturas nacionais e regionais e inclui detalhes sobre precipitação, inundações, secas, ciclones tropicais, extensão dos gelos e o nível do mar. Foi publicado esta quarta-feira (13) para informar os delegados que participam na Conferência das Nações Unidas sobre as alterações climáticas que está a decorrer desde segunda-feira em Varsóvia, Polónia e que deverá preparar as negociações para um novo acordo de diminuição de gases de efeito de estufa, em 2015.

O secretário-geral da OMM, Michel Jarraud, acredita que "o nível do mar vai continuar a subir devido ao descongelamento das calotes polares e dos glaciares. Mais de 90 por cento do calor suplementar proveniente dos gases de efeitos de estufa é absorvido pelos oceanos, que vão continuar a aquecer e a dilatar-se durante centenas de anos."

Em 2012 registaram-se níveis recordes dos três principais gases de efeito de estufa que em 2013 deverão ser ultrapassados. "Isto significa que estamos condenados a um futuro mais quente", diz Jarraud.
"Até agora as temperaturas este ano são semelhantes à média entre 2001-2010, que foi a mais quente registada", disse Jarraud. "Todos os anos mais quentes foram registados desde 1998 e este ano mantém-se a tendência de longa-duração. Os anos mais frios são agora mais quentes do que os anos mais quentes antes de 1998", acrescentou.
Fenômenos extremos
"As temperaturas à superfície são apenas parte da visão ampla da mudança climática. O impacto nos ciclos de agua está já notar-se - como o provam as secas, inundações e precipitação extrema", avisa o responsável da OMM.

Não foi ainda estabelecida cientificamente a ligação entre o aquecimento global e o agravamento de fenómenos atmosféricos extremos, de que o recente tufão grau 5, Haiyan, pode ser exemplo. Mas a subida dos níveis do mar "torna já as populações costeiras mais vulneráveis às ondas de tempestade, o que teve consequências trágicas no caso das Filipinas", explicou Jarraud.

Os primeiros nove meses de 2013 situam-se a níveis de 2003 em termos de temperaturas, competindo pelo sétimo lugar na lista dos anos mais quentes. Foram mais quentes do que em período homólogo em 2011 e 2012, anos em que o fenómeno La Niña provocou um arrefecimento. Em 2013, contudo, registaram-se temperaturas superiores à média na maioria das regiões, em particular na Austrália, norte da América do Norte, o nordeste da América do Sul, a África do Norte e uma grande parte da Eurásia.  

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