O jornalista Sandro Moreyra conta que um
colega seu andava pelas ruas de Londres, ainda atarantado com a eliminação do
Brasil, por Portugal, da copa de 1966, quando foi abordado por um brasileiro,
também atarantado, que lhe perguntou: “Amigo, e agora? ” E o jornalista azedo e
ríspido respondeu: “Agora você tem 24 meses para pagar”.
Aludia ele ao fato de que inúmeros
brasileiros, empolgados com as conquistas de 58 e 62, se endividaram para ir à
Inglaterra onde acreditavam que ali o Brasil seria tri campeão mundial de
futebol. Com a eliminação da Copa, restavam apenas as longas prestações para
pagar. No momento agora, a situação a semelhante, com uma diferença. O País se
endividou. Gastou o que não podia com o que não devia. E agora nós, cidadãos,
temos que pagar mais essa conta.
O ex eficiente jogador que nada sabe
cidadão Ronaldo Nazário, declarou que não se faz copa do mundo com hospitais e
escolas, que são as reais necessidades do povo brasileiro. Agora ele deve estar
pensando que teria sido melhor ter construído escolas e hospitais e deixa que a
seleção nacional de futebol desse vexame em outras plagas.
O também ex jogador e atual deputado
federal Romário, havia dito que esta copa entraria para a história como a maior
roubalheira do mundo do futebol. Ele estava certo. E agora os elefantes brancos
que consumiram bilhões nas suas construções vão se deteriorar por falta de uso,
como é o caso do estádio de Manaus. E as obras que poderiam ter serventia aos
cidadãos em aspectos como transportes e mobilidade urbana, deixaram a desejar e
algumas sequer foram feitas. (É sempre bom lembrar do viaduto que caiu em Belo
Horizonte antes mesmo de ser inaugurado).
Quanto a seleção de futebol em si,
ficou claro que desta vez Felipão errou a mão. Qualquer um poderia errar, como
qualquer ser humano erra. Mas, repito, seria melhor que este vexame ocorresse
em outro País. E ainda corremos ao risco de ver nosso arque rival a Argentina
ser campeão dentro do nosso maior templo do futebol, o Maracanã.
Eu gosto de futebol, embora saiba que é
um jogo de cartas marcadas e nem sempre vence o melhor. Já se faz até piada
dizendo que o Governo brasileiro havia comprado a Copa do Mundo, mas, que como
valorizou muito, não hesitou em vende-la pra a Alemanha (ou quem sabe a
Argentina, o aliado Bolivariano).
Resta o consolo
de que o vexame tenha servido de dupla lição aos brasileiros. Como
desportistas, lembrar sempre que num jogo se ganha e se perde. E como cidadão
acordar para a realidade e gastar nossos recursos físicos e financeiros em
coisas de real valor e utilidade para o nosso dia a dia. Educação, saúde,
segurança, transportes de qualidade e justiça para todos, devem ser nossas
principais prioridades.
O nosso evento mais importante agora
são as eleições de outubro, que podem mudar radicalmente o rumo do nosso país.
Quem sabe ai poderemos torcer com o espirito mais aliviado nas Olimpíadas de
2016, quando também teremos novas eleições.
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