Cristóvam Aguiar |
O título acima é uma expressão cunhada por
Millôr Fernandes ao tomar conhecimento de que, após uma tragédia com muitas
vítimas, muitas pessoas acorreram ao local, mas, não para socorrer, mas para
saquear os mortos e, quem sabe, até matar os moribundos. A espécie humana é
algo totalmente fora dos padrões da natureza. Pertencente ao reino animal ela
não se comporta como tal. Ela é única, singular em várias coisas. Isso poderia
ser uma benção, mas, creio ser uma maldição.
Os animais, ditos feras selvagens,
estão lá, na água, no mato ou nos ares, totalmente integrados à natureza, cada
um cumprindo o seu papel, sejam presas ou predadores. Eles nascem vivem e
morrem vivendo em perfeito equilíbrio, com incrível poder de adaptação às
mudanças promovidas pelo destino. Não reclamam, não entram em guerras, não
matam por esporte, nem depredam o ambiente em que vivem. Fazem apenas o que é
necessário para cumprir o papel para o qual foram criados, inclusive, servir
aos seres humanos (há controvérsias quanto a isto).
Estes, por sua vez, estão proliferando
sobre o planeta mais que ratos e baratas, consumindo com enorme voracidade
todos os seus recursos naturais, sem dar tempo e sem colaborar com a natureza
para restaurá-los. E ainda se dizem inteligentes. Sei que não vou estar mais
aqui quando acontecer, mas, como disse Raul Seixas, no dia em que o planeta não
suportar mais as pulgas, ele vai livrar-se delas.
Porém, enquanto esse dia não chega, vão
aparecendo pessoas que sempre conseguem surpreender seus semelhantes. Até os
mais velhos, mais letrados, viajados, cheios de experiências vividas, volta e
meia se surpreendem com alguma atitude de alguns semelhantes. E no campo dos
homicídios e crimes sexuais é onde os humanos são mais versáteis.
Se alguém se dispusesse a escrever um
livro sobre as formas criadas pelos humanos para matar seus semelhantes, creio
que teria que ser algo como uma enciclopédia, com muitos grossos volumes.
Pedras, flechas, facas, lanças, armas de fogo, bombas, são brinquedos de
crianças. Os profissionais usam métodos mais sofisticados e dolorosos como
tábua, garrote, gases letais, vidro moído, bambu raspado, e vamos parando por
aí.
Nas “artes” sexuais também estamos
ficando muito criativos. Estuprar uma mulher é coisa de “babacas”. O negócio
agora é mandar ver em tudo que estiver ao alcance, sejam mulheres, homens ou
crianças. Animais, domésticos ou selvagens, também estão no cardápio.
Eu já tinha lido alguma coisa sobre a
origem da aids nos humanos ter sido a relação de africanos com fêmeas de
macacos. Não vou discutir a veracidade da informação até porque se há alguma
prova disso ninguém ainda, que eu saiba, apresentou. Mas eu já ouvi e já
presenciei casos de humanos relacionando-se com animais domésticos. Cães,
caprinos, ovinos e equinos estão sempre no cardápio.
Millôr estava certo.
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