segunda-feira, 24 de abril de 2017

Transporte coletivo



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  Você que está lendo este comentário, imagine que você resolve abrir um negócio. Um restaurante, por exemplo. Você aluga um ponto, compra os equipamentos (Fogão, panelas, mesas, pratos, talheres, etc.). Contrata funcionários (cozinheiros, garçons, copeiros, etc). Paga taxas e impostos aos governos municipal, estadual e federal. Saliente-se que o Brasil tem uma carga tributária das mais altas do mundo. Aberto o restaurante, você tem que pagar funcionários, contas de água, energia, telefone, e por aí vai. Mas, você soma tudo e compara a despesa com a receita e descobre que o negócio deixa uma margem de lucro, mas você não pode esquecer que por cerca de quatro meses tudo que você ganhar é para pagar taxas e impostos ao governo. Apesar de tudo, seu comércio promete e você insiste e começa a ter lucro, que é o objetivo de qualquer investimento. À exceção, é claro, das instituições filantrópicas, que sobrevivem de doações, da caridade alheia.

         Tudo razoavelmente bem, até que aparecem os políticos e começam a fazer a média com os eleitores com o seu suado dinheiro. Vem um vereador a aprova uma lei que obriga você a dar almoço de graça aos garis que limpam a rua. Vem um deputado e aprova uma lei que você deve dar sopa gratuita para os moradores de rua. Vem o outro deputado que aprova uma lei que te obriga a dar café da manhã de graça para os policiais que fizeram a ronda noturna. Observe que tudo isso favorece funcionários públicos. Mas, o governo vai lhe reembolsar por estas refeições, através do chamado “subsidio” Correto? Não. Porque o governo estará usando dinheiro público para favorecer funcionários públicos cujo pagamento de salários tem que sair dos cofres do governo, e ele está usando o dinheiro dos contribuintes para cobrir despesas que já estão previstas nos orçamentos. É roubo, é exploração, é desonestidade.

         Mas, o pior é quando o governo o obriga a dar seu produto de graça e não lhe reembolsa. Você tem um comércio e não uma casa de caridade.

É o que acontece com as empresas de transporte coletivo em Feira de Santana. Existem diversas leis concedendo passe livre a inúmeras categorias, entre elas policiais civis e militares, aos quais o governo deveria dar o transporte, pois são seus funcionários,  e eles jamais deveriam andar em coletivos, pelos riscos da própria atividade. E quem paga essa despesa é o usuário comum do coletivo, através dos aumentos no preço da passagem para compensar a despesa das empresas com o passe livre. Como você se sente sabendo que tem um cabo eleitoral de político viajando de graça ao seu lado, enquanto você paga uma das passagens mais caras do Brasil?

         Como se não bastasse, as empresas sofrem com a concorrência desleal dos transportes clandestinos que proliferam como ratos num lixão. É como se ao lado daquele seu restaurante, abrisse um igualzinho, mas isento de pagar todas as taxas e impostos que você paga. É melhor do que morder pudim, não é? Dá raiva, não dá?

         Aí aparece um bocado de político contrário ao prefeito, pra esculhambar o serviço e lhe dizer que a culpa é da prefeitura mas que se você votar no outro partido político, tudo vai se resolver. Olha meu amigo, eu tenho 63 anos, nasci e me criei em Feira, e nunca vi nada melhorar apesar de trocar políticos a cada quatro anos. Mas nem sempre a culpa é do político, mas nossa, porque nos recusamos a pensar e a tomar atitudes, sempre esperando que alguém venha resolver os nossos problemas.


         Esperemos sentados, porque em pé ninguém aguenta.

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