Namorador
inveterado, Pedro de Elisário, tinha duas manias na vida: futebol e mulher. E
como para ele o mundo era uma bola, tirava de atacante dentro e fora de campo.
Mulher, ele não escolhia etnia, tendo menos de 35 anos e não sendo mais alta
que ele, com seu 1.80m, era a bola da vez. Assim naquele dia ao se deparar com
aquela morena, imaginou "vou furar a rede!”
Estabeleceu a
tática a ser usada, igual aos técnicos de futebol, que falam em tanta variação
e ninguém vê nada, e partiu para o ataque. Habilidoso apresentou-se “sou Pedro,
Pedrão, porque é tudo grande!” Ela riu, ficou mais linda ainda e respondeu “sou
Bete, na verdade Elizabete”. No primeiro encontro zero a zero mesmo.
No trabalho, pouca
conversa e menor esforço físico possível, concentrado para o jogo noturno. Era
a decisão da melhor de três. Perfumado, arrumado, chegou na hora certa e sem
esperar o apito do juiz entrou em campo. Atacou firme e Bete colocou em pratica
a “defesa alta”, como está em moda e Pedrão sequer conseguia chegar à grande
área. Recuou, para não haver desgaste físico, e mudando de tática atacou de
surpresa pelo meio, pegando a defesa desarrumada.
Meteu a mão na
pequena área e sentiu forte impacto. O gramado estava quase “careca” como fica
a zona do goleiro, mas o problema é que a experiente mão bateu na trave, na
verdade um travessão bem avantajado! Pulou fora e então percebeu por que Bete
não tomava gols. Na verdade, não era Bete e sim, Beto, um Betão disfarçado,
dono de um volumoso equipamento, maior até que o dele. Deixou o gramado
velozmente e feliz por ter ficado no zero a zero.
Poderia ter sido
pior!
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