domingo, 12 de maio de 2013

O inocente leitinho das crianças



          Dizem que um americano certo dia resolveu embalar suco de laranja para vender. Testou diversas formas e tipos de embalagens e conservantes que permitissem que o suco da fruta chegasse ao consumidor com o mesmo sabor da fruta colhida do pé. Nada deu certo e ele descobriu que a melhor forma de embalar o suco de laranja era dentro da própria laranja que ele passou a vender diretamente para os seus clientes.
         O mesmo pode-se dizer do leite. Não existe embalagem capaz de fazer com que o leite chegue ao consumidor conservando o sabor, textura, valor nutricional e sanidade senão o peito da vaca. E ainda assim há que se tomar muitos cuidados porque, além de altamente perecível (deteriora em curto espaço de tempo), o leite, que é um excelente complemento alimentar, principalmente para crianças, pode ser agente transmissor de diversas patologias, algumas delas graves.
         Antes de consumir o leite retirado de uma vaca é preciso saber se o animal é sadio e se foi vacinado. E neste último caso, saber qual vacina tomou e quanto tempo faz, porque há casos em que não se pode ingerir o leite da vaca durante determinado período após a mesma ter sido vacinada. Há ainda as doenças das tetas que precisam estar sadias e a questão da alimentação do animal, que deve ser a mais natural possível (capim), porque rações podem conter hormônios prejudiciais à saúde do ser humano.
         Descobre agora o governo brasileiro que o leite que chega às prateleiras dos supermercados está contaminado por formol. Pois eu afirmo que tem formol e “trocentas” outras substâncias prejudiciais à saúde das pessoas, porque leite só pode ser acondicionado em embalagens artificiais mediante passar por processos químicos para que não se deteriore. É aí que mora o perigo. E do curral até chegar ao processo de industrialização ele ainda pode passar por adulterações que as pessoas sequer imaginam.
         Por exemplo: É do conhecimento de todos a prática de se colocar água no leite para aumentar o volume e se obter mais lucros. Essa água quase nunca é tratada. Mas o pior é que, para que o comprador não detecte que o leite contem água, é comum se adicionar urina de vaca ao leite. Explico: Quando os latões de leite chegam às plataformas das usinas “beneficiadoras”, o leite é testado através de um aparelho que mede a sua densidade (densímetro). Se o leite contiver água, o aparelho acusa baixa densidade. Porém, quando se adiciona urina, a densidade aumenta, “enganando” assim o aparelho.
         Quando a fazenda é muito distante da usina, e não possui resfriadores para conter a deterioração do leite até chegar à plataforma, a prática mais comum é comprar gelo pelo caminho e colocar dentro do leite, para que se mantenha frio e não se deteriore até chegar à usina. Um outro modo de conter a deterioração é se adicionar água oxigenada. A pior forma, porém, é lavar os latões com uma solução de formol.
         Essas são só algumas formas de se “batizar” o leite. Há muitas outras, piores, que qualquer dia desse eu conto. Por enquanto, vá bebendo o seu leitinho ao pé da vaca. Mas só daquelas que você conhece, que você está sempre batendo um papinho com elas, perguntando como vai a saúde, como estão os filhos e mandando lembranças aos pais delas. Nunca aceite leite de estranhas.

Nenhum comentário: