sexta-feira, 28 de março de 2014

A “marcha à ré”


A tal “Marcha da Família com Deus”, programada para o dia 22 passado, que pediria a intervenção dos militares, para consertar o que está errado na organização social e política do Brasil, deu chabú. Talvez porque Deus não se mete com política e políticos (Ele tem mais o que fazer); Talvez porque as famílias estejam desestruturadas, fragmentadas, despolitizadas e descrentes de tudo; Ou talvez porque fomos vencidos pelo cansaço.
         Mas, como eu disse aqui, mesmo que milhões de cidadãos fossem às ruas para pedir a intervenção dos militares, duvido que eles atendessem ao apelo. Casa, comida, roupa lavada, assistência médica e dinheiro no bolso. Sem nem uma guerrinha com que se preocupar, nem mesmo um pequeno conflito com algum vizinho, porque eles iriam se meter em encrenca? Ainda mais agora que “Tia Dilma” está comprando alguns aviõezinhos (caríssimos, por sinal) para eles brincarem.
         Não. Não contem com os militares para isso. A Polícia Militar, essa sim, está recebendo treinamento e equipamento, para promover uma melhor segurança durante a Copa do Mundo. Ela tem a missão de manter afastados da festa os inconvenientes protestos dos cidadãos insatisfeitos com a organização social e política brasileira. Afinal, teremos visitas em casa e não queremos que elas retornem às suas casas com a verdadeira imagem do Brasil.
         Com o atual sistema político jamais conseguiremos qualquer mudança significativa nos rumos que o País está tomando. Os partidos políticos apenas se aproveitam de factoides para passar uma imagem de que está ao lado do povo, mas tudo não passa de encenação para barganhar cargos ou realizar negociatas com o poder. E o povo que se dane. O golpe da Bolsa Esmola funcionou muito bem e transformou a massa de miseráveis e vagabundos em zumbis sem idéias nem ideais. Apenas sobrevivem e estão felizes.
         A casa fácil, o carro fácil, a falsa impressão de aquecimento da economia deixa a classe média babando, feliz, mesmo que não tenha segurança, educação, assistência médica, mobilidade urbana, ou seja, infraestrutura, mesmo que esteja submetida à maior carga tributária do mundo. Com este cenário não vejo a menor perspectiva de mudança.
         O que eu vejo mesmo é um país dominado pela bandidagem e um povo alienado e submisso, o cenário ideal para a implantação de uma ditadura de esquerda, onde os cidadãos são escravizados e viram propriedade do governo. É o destino de quem não tem vergonha na cara, não luta pelos seus direitos e pela sua liberdade.
         Espero já ter morrido quando chegar este dia.

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