quarta-feira, 5 de março de 2014

Campanha da Fraternidade chama atenção para o Tráfico Humano



A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu nesta quarta-feira  (5) a Campanha da Fraternidade de 2014, cujo tema é “Fraternidade e Tráfico Humano” e o lema “É para a liberdade que Cristo nos libertou”.  O bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, presidiu a cerimônia, na qual foi divulgada mensagem do papa Francisco para a Campanha da Fraternidade. Em Feira de Santana a solenidade ocorre na Catedral Metropolitana Senhora Santana, às 19 horas, presidida pelo arcebispo Dom Itamar Vian.

Na oportunidade, dom Itamar faz um pronunciamento sobre o tráfego de crianças, adolescentes e mulheres para a exploração sexual, tráfego para exportação de órgãos e exploração para o trabalho escravo no Brasil. Segundo o arcebispo, “o tráfico humano é uma das questões sociais mais graves da atualidade. Não há país livre do tráfico de pessoas, seja como ponto de origem do crime, seja como destino dos traficados”.

A maioria das pessoas traficadas é pobre. “As redes criminosas do tráfico valem-se dessa condição, que facilita o aliciamento com enganosas promessas de vida mais digna. Uma vez nas mãos dos traficantes, mulheres, homens, crianças, adolescentes e jovens são explorados em atividades contra a própria vontade”. Diz Dom Itamar, que acrescenta: “O tráfego de pessoas está duramente presente em nosso país, por isso, além de temas importantes como saúde, segurança pública, meio ambiente, água a serem debatidos pelas autoridades e pela sociedade, temos a questão de tráfego de pessoas e de órgãos.

A Organização das Nações (ONU) define o Tráfico Humano como o “recrutamento, o transporte, a transferência, o alojamento de pessoas, recorrendo-se à ameaça ou ao uso da força, ou a outras formas de coação, ao rapto, à fraude, ao engano, ao abuso de autoridade ou à situação de vulnerabilidade para obter o consentimento de uma pessoa que tenha autoridade sobre outras para fins de exploração” (Protocolo de Palermo, 2003).

O que caracteriza o tráfico humano é a comercialização de pessoas, isto é, o uso de pessoas como se fossem coisas para serem vendidas, compradas, trocadas. Negocia-se seres humanos como se negocia o arroz, o feijão, o pão, o carro. No Brasil há mais de 120 rotas internas e internacionais e vários destinos dentro e fora do país. Informa o arcebispo.

Nos últimos anos, conforme Dom Itamar Viam, mais de 20 mil crianças foram enviadas ao exterior (Espanha, Inglaterra, França, Itália...) para adoção, mas a situação de muitas permanece incógnita. Os estados de Pernambuco, Bahia e Mato Grosso do Sul, foram os que registram o maior número de casos nos últimos anos.

“O tráfego de pessoas e de órgãos é um mercado altamente lucrativo e ocupa o terceiro lugar no mercado do crime organizado, perdendo apenas para o tráfego de armas e drogas. Movimenta cerca de 32 bilhões de dólares por ano. Os criminosos desse tráfego exploram principalmente jovens com promessas enganosas de uma vida mais digna e altos salários. Por isso, devemos alertar pais e educadores sobre esta questão tão grave, principalmente nos estados mais pobres do Brasil”. Conclui.



Cinzas

Primeiro dia da Quaresma (período do ano litúrgico que antecede a Páscoa), a Quarta-feira de Cinzas simboliza, para os cristãos, o dever da conversão e da mudança de vida, para recordar a fragilidade da vida humana, sujeita à morte.  A data coincide com o dia seguinte à terça-feira de carnaval e é o primeiro dos 40 dias do período da Quaresma. Mas, a origem do nome Quarta-Feira de Cinzas é puramente religiosa. Neste dia, celebra-se a Missa das Cinzas – as cinzas usadas no ritual provêm da queima dos ramos abençoados no Domingo de Ramos do ano anterior. A essas cinzas, mistura-se água benta.

Conforme a tradição, o celebrante da missa usa as cinzas úmidas para sinalizar uma cruz na testa de cada fiel, proferindo uma dessas duas frases: "Lembra-te que és pó e que ao pó voltarás" ou "Convertei-vos e crede no Evangelho". Essas palavras dizem aos cristãos que eles precisam abrir o coração para a conversão e a mudança que é a Quaresma. A cinza simboliza o homem como pó, um homem fraco que depende de Deus. 


Os 40 dias da Quaresma preparam os católicos para a celebração da Santa Páscoa, a Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus Cristo. Esses dias são marcados por quatro pontos fundamentais: oração, jejum, penitência e caridade. Para viver uma boa Quaresma é necessário, realmente, desejar a conversão, e para isso é preciso fazer uma boa confissão e ter momentos de vida em oração. 

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