sexta-feira, 14 de março de 2014

Prostituto do poder




         Com a extinção do pluripartidarismo após o golpe militar de 1964 e o surgimento do bipartidarismo, ali representado pela Aliança Renovadora Nacional (ARENA), situação, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), oposição, este último transformou-se no reduto dos “sem partido”, acolhendo todas as ideologias que ficaram órfãs de representatividade, inclusive, e principalmente, os representantes do Comunismo.
          Com o fim da ditadura militar o pluripartidarismo ressurgiu, porém, capitaneado pela Arena e o ex MDB, a partir dali denominado PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro). A Arena já mudou de nome várias vezes. Foi PDS, PFL, e hoje chama-se Democratas (DEM), mas com a mesma ideologia, porém perdeu espaço para o Partido Social Democrata do Brasil (PSDB). O PMDB permanece, mas não é mais nem a sombra do grande partido que já foi um dia.

         No final da ditadura, para se eleger presidente, Tancredo Neves fez alianças com Deus e o Diabo, e levou como vice ninguém menos que José Sarney, o maior pelego dos militares, que havia se abrigado no PMDB quando perdeu espaço no poder. Tancredo morreu antes de tomar pose, Sarney assumiu, e todo mundo viu no que deu. O PMDB nunca mais foi o mesmo, nunca mais elegeu um presidente. E passou a se contentar em ficar num segundo plano, “apoiando” a quem lhe acenasse com mais promessas.
         Aqui na Bahia elegeu Waldir Pires para governador, grande esperança do povo o que lhe deu esmagadora vitória e sofreu amarga decepção quando ele renunciou deixando em seu lugar Nilo Coelho, que representava tudo aquilo contra o que o PMDB havia lutado. Hoje, em nível nacional, o PMDB apoia o PT. Como sempre, está ao lado do poder. Mas o PT só valoriza quem é “puro sangue” e trata com “rédea curta” os aliados de outras siglas partidárias.
         Após mais de 10 anos sendo tratado a “pão e água” pelo PT, seus membros agora ensaiam uma rebeldia, às vésperas de uma eleição presidencial. É, sem dúvida, o maior partido da base aliada do governo Dilma, e se abandonar o barco, o PT perde a eleição; É tudo que o Brasil que trabalha, produz e pensa quer, mas, que ninguém se iluda, pois não vai acontecer.
         Sabendo do perigo, o PT vai ceder à algumas das exigências do PMDB agora, e prometer, como sempre faz, alguns mimos para depois das eleições. Lula, Dilma e companhia sabem que o PMDB é como aquelas mulheres que por uma joia falsa, um sonho de valsa ou coisa assim, sempre dizem sim. Um verdadeiro prostituto do poder.
         E para os seus políticos, quem achar ruim que se dane.

       

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