Falar
da vida do outro lado é bastante pitoresco. Já pensou alguém inventar um
binóculo onde, ao invés de ficar assistindo as novelas e as notícias de crimes
na Tv, ficasse do sofá da sala, comendo pipoca acompanhada de algum amaciante
líquido e observando, de binóculo, os recém-desencarnados chegando do outro
lado?
As
histórias com defunto são horripilantes, mas essa seria de “morrer” de rir.
Imagine
algum conhecido seu, que não acredita na vida após a morte e, de repente, esse conhecido
bate a “caçuleta” e aparece do outro lado...
Ele olha para um lado,
olha para outro, penteia os cabelos, dá uma olhadela no movimento e quem sabe, parte
para fazer aquele lanchinho saboroso. Quem é doido de dizer que ele não mais faz
parte do mundo dos vivos?
Se
esse novo desencarnado for espírita vai querer saber pra que lada fica a Cidade
Nosso Lar e aí a complicação aumenta. E se o observador de binóculo for
daqueles intelectuais radicais vai dizer “espíritos não comem”. Deixa só ele
chegar do outro lado e bater aquela fome que eu quero ver ele sustentar essa
tese.
Todo
esse cenário até parece uma pegadinha, mas não é.
Dr. Inácio Ferreira,
médico do Sanatório Espírita de Uberaba por mais de 50 anos, quando desencarnou
nos contou, através do livro “Na Próxima Dimensão”, psicografado pelo médium
Carlos Bacello que, após seu desencarne, se sentiu até mais rejuvenescido.
Pensou até que nem tinha morrido, pois até o seu sangue continuava a correr em
suas veias. A paisagem que ela observava, através da vidraça da sua janela, não
era diferente do nosso cenário terreno. Até as estrelas no céu continuavam no
mesmo lugar.
O
cenário era tão real que ele até foi convidado, e aceitou o convite, para ser
diretor de um imenso “Sanatório da espiritualidade”.
Outro
fato curioso; alguns pacientes que estavam internados ali, naquele sanatório,
eram velhos conhecidos do Sanatório Espírita de Uberaba da época em que ele fora
diretor.
Um
dos internos que havia acelerado seu desencarne com uma corda (suicídio),
ficava a se lamentar e desejando morrer de novo só pra se livrar do remorso.
Era verdade, ele expressava o desejo que esse fato se repetisse diante de tanto
sofrimento.
Dr.
Inácio também conta que, dali de onde ele ficava, do seu consultório, dava pra
ouvir o barulho dos encarnados, aqui no planeta terra.
Depois de um testemunho
desse não dá pra duvidar nem da vida e nem da morte.
Uma
coisa é certa. Quando os portões se abrirem vamos ter que passar para o outro
lado. Se nossos inimigos e credores também estiverem na fila desses mesmos
portões, isso significa que vamos ter que encará-los de frete, de igual para
igual, cara a cara, e seja o que Deus quiser.
Acreditando
ou não, esse é o preço que cada um, um dia, vai ter que pagar e não adianta
pechinchar.
Conrado Dantas
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