segunda-feira, 11 de julho de 2016

Do supercomputador à nanotecnologia contra câncer: quatro grandes projetos científicos que estão parados no Brasil

Um supercomputador que custou dezenas de milhões de reais mantido em "stand-by", remédios mais eficientes contra o câncer que não podem ser testados e bases de pesquisa em áreas remotas da Amazônia fechadas. Essa é a situação de alguns dos maiores projetos científicos do Brasil após os sucessivos cortes do orçamento da área nos últimos dois anos.
A área de Ciência, Tecnologia e Inovação, que em 2013 recebeu R$ 9,4 bilhões, neste ano tem cerca de R$ 3,5 bilhões. Hoje, divide um ministério com o setor de Comunicações. Esses cortes causam preocupação na comunidade científica, entre outras coisas pelo fato "de que aparentemente as pessoas que ocupam posições de decisão no Brasil ignoram a relação entre ciência e desenvolvimento", segundo Luiz Davidovich, presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC).
"Há projetos importantíssimos que foram paralisados por falta de recursos e que podem melhorar muito a situação na crise global, agregando valor a nossos produtos", diz. Entre as reclamações mais frequentes está a falta de dinheiro para cobrir custos básicos de manutenção, como salário de funcionários e bolsistas, contas de energia e insumos para pesquisas.
Parte do financiamento dos 126 Institutos de Ciência e Tecnologia (INCTs) do Brasil e das cerca de 29 entidades científicas veiculadas ao ministério vem de bolsas ou fundos de pesquisa para projetos específicos dentro deles - o que explica por que todos ainda produzem. Mas a diminuição da parte que vem do governo, que varia em cada instituto e é essencial para a manutenção de alguns deles, prejudica até mesmo a estrutura básica para a manutenção dos projetos.
Na semana passada, representantes das principais instituições da área se reuniram com o ministro Gilberto Kassab para pedir que seu financiamento volte ao valor de 2013.


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