segunda-feira, 11 de julho de 2016

Ortorexia nervosa: o transtorno que mostra que até o saudável, em excesso, é ruim


Tudo começa com o desejo de nos sentirmos bem, comendo apenas alimentos puros, "limpos". Até aí, tudo bem.
Isso nos leva a dizer adeus a certos grupos de alimentos, como grãos, açúcares e produtos animais.
No final, a dieta se reduz a uma quantidade tão restrita de alimentos que acabamos ficando desnutridos. Esse transtorno tem um nome: Ortorexia Nervosa.
O termo foi criado em 1997 pelo médico americano Steven Bratman, aliando a palavra para "correto" ─ do grego orthos ─ com "apetite" ─ orexis ─ (de onde vem, aliás, a palavra anorexia, ou, sem apetite, transtorno que, muitas vezes, é mascarado pela ortorexia).
Embora o objetivo do anoréxico seja perder peso, e o do ortoréxico, ficar saudável, ambos os transtornos restringem a alimentação do indivíduo, colocando sua vida em risco. No entanto, enquanto a anorexia é reconhecida como um mal, a ortorexia tem a desvantagem de ser uma doença "disfarçada de virtude".

Tendência crescente
Uma dieta baseada em alimentos frescos, não industrializados, está longe de ser ruim. O problema é quando isso se torna uma obsessão.
Citando exemplos de dietas que considera preocupantes, Bratman faz alusão a pessoas que têm medo de consumir laticínios, ou aquelas que só consomem alimentos crus (por temer que o processo de cozimento dos legumes e verduras "destrua seu campo etéreo").
"No final, o ortoréxico acaba passando grande parte da sua vida planejando, comprando, preparando e comendo seus pratos", explica Bratman em seu livro Health Food Junkies (em tradução livre, "Viciados em Comida Saudável").
Quando escreveu a obra, no final da década de 90, Bratman se referia a hábitos alimentares de pequenos grupos de pessoas.
Quase duas décadas depois, a obsessão com a comida saudável está por toda parte, inclusive no mundo digital. Para confirmar esse fato, basta fazer uma busca por #CleanEating no Instagram ou no Twitter.

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