sexta-feira, 15 de julho de 2016

Fachada

Como costuma ocorrer no Brasil, a Leia Maria da Penha, que está completando 20 anos, é pura fachada. Embora teoricamente eficaz, não conta com nenhuma boa vontade das ditas autoridades para que seja cumprida à risca. A quantidade de Delegacias da Mulher, por exemplo, é ridícula. Além disso, pasmem, não funcionam nos fins de semana e feriados. Em São Paulo, estado mais rico, as queixas são de que falta tudo, até papel e grampos. Uma baderna.

Tiros por toda a parte, gente morrendo como mosca. De que adiantaram as campanhas de desarmamento?
Quatro mortos aqui, cinco mortos acolá, um vizinho que mata o outro por causa de um som alto, outro que assassina a mulher ou ex-mulher por ciúmes e tantos e tantos mortos e assassinos por motivos absolutamente banais. É, SEM DÚVIDA alguma, o retrato do Brasil. O mesmo Brasil, jamais canso de repetir, onde, nos governos FHC, Lula e Dilma, foram realizadas cinco campanhas demagógicas de desarmamento, com o argumento de que isso reduziria a violência. Falácia.
Nunca se matou tanto à bala como hoje, e a TV não cansa de mostrar até adolescentes ou crianças portando armas de “uso exclusivo” (piada!) das Forças Armadas.
Mas ninguém, nem as ditas autoridades (sic) de “segurança” pública, abre a boca para argumentar em relação  a este resultado inverso das campanhas que tiraram as armas dos honestos e deixaram a bandidagem (inclusive em alguns setores da própria polícia), armadas para liquidar qualquer um, a qualquer hora, na base da bala.

E por falar em bala (I)
A propósito de mortes por bala, veja um dado no mínimo macabramente curioso: no Rio de Janeiro, em 2009, ano em que o famigerado Sérgio Cabral fez aquele acordo com a bandidagem e instituiu a “Polícia pacificadora”, nove pessoas morreram vítimas de bala perdida. Neste ano de 2016, sete anos após a farsa de Cabral, já morreram 30 pessoas por bala perdida, nas comunidades “pacificadas”. Sem maiores comentários.

E por falar em bala (II)
Mas enquanto tudo isso acontece, enquanto nos horrorizamos com algumas mortes a tiros nos Estados Unidos (país que tem 350 milhões de habitantes, uma cultura da violência e armas livres), fatos que motivam pronunciamentos até do presidente, neste lado de baixo do Equador, cheio de pecados, políticos e governantes, além de ONGs e coisas que tais, mantêm um silêncio cúmplice diante de uma carnificina muito maior.

No Suan Loun, manda o motoboy (I)
Sempre pensei que os motoboys que fazem entrega em domicílio de comida fossem subordinados à gerências dos restaurantes. Ledo e Ivo engano: um leitor se queixa que, mesmo sendo cliente há oito anos do restaurante Suan Loun, na Barra, teve um pedido de entrega para residência no Bonocô, próximo à Fonte Nova, em pleno meio-dia, sob o argumento da telefonista de que “o motoboy se recusa, pois considera o local zona de perigo.”

No Suan Loun, manda o motoboy (II)
Bem, em primeiro lugar, zona de perigo é toda a Salvador. Do Itaigara ao Lobato, da Barra ao Bonocô, de Brotas a Nazaré, é tudo a mesmíssima coisa e só um idiota não vê isso. Em segundo lugar, o nosso leitor ficou chocado com a frieza da telefonista e a atitude burra do Suan Loun, inclusive porque vizinhos dele receberam entregas no período. Que capitalismo é esse, gente?

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