Peço
desculpas aos amigos e seguidores do blog pela minha ausência quase total
nestes últimos meses. Mas, devo confessar que não tenho sido motivado a
escrever, não por falta de assunto, porém, mais pelo excesso de gente demais
escrevendo, principalmente escrevendo demais. E o que é pior. Escrevendo mal e
sobre assuntos sobre os quais demonstram não ter o mínimo conhecimento
necessário para comentar. É frustrante para um profissional que passou grande
parte da sua vida tendo a língua e a escrita portuguesas como ferramentas de
trabalho e que sempre zelou pela melhor qualidade na informação que levava ao
público, ver uma legião de imbecis escrevendo e comentando sobre tudo e sobre
todos (principalmente todos) se dando ares de profissionais da informação. Mas,
se como profissional estou aposentado, como cidadão só me aposento quando
morrer. Então, será sempre como cidadão livre e de bons costumes que vou quando
em vez expressar as minhas opiniões sobre alguns assuntos, começando pelos
seguintes:
Porralouquice ambiental
Aquele velho costume dos governantes de escolher seus auxiliares com base na
ideologia política ou número de votos que pode conquistar, em vez de escolher
técnicos, funcionários de carreira para comandar secretarias, ministérios e
similares, sempre resulta em desastres. Um analfabeto que teve uma certa
quantidade significativa de votos, mas, não se elegeu, é candidato certo a uma
vaga no poder Executivo. Então, entrega-se a ele, por exemplo, o comando do
Trânsito de uma cidade, mesmo que ele, às vezes, perca o caminho da própria
casa quando está ao volante.
E
assim é que entregaram a um político fracassado o comando do escritório do
órgão ambiental estatal em Feira de Santana. Se os ditos “técnicos” ambientais
do Estado já cometeram o absurdo de retirar da Lagoa Grande toda a vegetação,
deixando exposta a sanha predadora humana, toda a vida lacustre silvestre que
tem como habitat aquele local, o diretor local agora quer gradear toda a lagoa.
É inacreditável tanta burrice, tanta estupidez. Até minhas netas, que assistem
documentários na TV e estudam meio ambiente nas escolas, sabem que a fauna
aquática, seja em mares, rios ou lagos, têm na vegetação o seu esconderijo,
sejam presas ou predadores, ou para construir ninhos e se abrigar da ação
predatória do homem. Sem isso, são alvo fácil, como foram os jacarés da Lagoa
Grande, que em sua maioria, viraram “tira-gosto” nos bares da vizinhança.
Sem nos darmos ares de técnicos em meio ambiente, nos basta observar o que é
feito em outras cidades do Brasil ou exterior, quando se tem um formidável
espelho d’água como a Lagoa Grande. Todo esforço é feito para transformá-lo em
área de lazer e atração turística, e as potencialidades de exploração de
pequenos negócios geram emprego e renda e dividendos em taxas e impostos para o
município e o estado. Restaurantes, bares e lanchonetes, lojas de artigos
esportivos, aluguel de barcos, pesca esportiva, competições em esportes
náuticos, enfim, há uma infinidade de atividades a serem desenvolvidas e
exploradas turisticamente, sem que seja necessário afetar a vida selvagem.
Quando a gente fala essas coisas, logo aparece um imbecil que tem medo até de
lagartixa, pra dizer que os jacarés vão comer as pessoas. Só rindo. Um jacaré
poderia até querer “comer” alguém, mas no outro sentido. Porém, não nos parece
que eles desejem isso. Quanto à fome em si, se houver vida aquática (peixes,
aves e roedores) suficientes para eles se alimentarem, eles jamais atacarão um
ser humano. Eles nos temem. Para um jacaré atacar um ser humano (uma criança
pequena talvez) ele teria que estar muito faminto. Não precisa ser técnico nem
expert em vida selvagem para saber disso. Basta ler um pouco sobre o assunto ou
assistir documentários sobre vida selvagem. Como se vê, é um desperdício cercar
a lagoa quando há tanto potencial a ser explorado.
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