quinta-feira, 13 de outubro de 2016

Desculpem a ausência



Peço desculpas aos amigos e seguidores do blog pela minha ausência quase total nestes últimos meses. Mas, devo confessar que não tenho sido motivado a escrever, não por falta de assunto, porém, mais pelo excesso de gente demais escrevendo, principalmente escrevendo demais. E o que é pior. Escrevendo mal e sobre assuntos sobre os quais demonstram não ter o mínimo conhecimento necessário para comentar. É frustrante para um profissional que passou grande parte da sua vida tendo a língua e a escrita portuguesas como ferramentas de trabalho e que sempre zelou pela melhor qualidade na informação que levava ao público, ver uma legião de imbecis escrevendo e comentando sobre tudo e sobre todos (principalmente todos) se dando ares de profissionais da informação. Mas, se como profissional estou aposentado, como cidadão só me aposento quando morrer. Então, será sempre como cidadão livre e de bons costumes que vou quando em vez expressar as minhas opiniões sobre alguns assuntos, começando pelos seguintes:



Porralouquice ambiental

         Aquele velho costume dos governantes de escolher seus auxiliares com base na ideologia política ou número de votos que pode conquistar, em vez de escolher técnicos, funcionários de carreira para comandar secretarias, ministérios e similares, sempre resulta em desastres. Um analfabeto que teve uma certa quantidade significativa de votos, mas, não se elegeu, é candidato certo a uma vaga no poder Executivo. Então, entrega-se a ele, por exemplo, o comando do Trânsito de uma cidade, mesmo que ele, às vezes, perca o caminho da própria casa quando está ao volante.

         E assim é que entregaram a um político fracassado o comando do escritório do órgão ambiental estatal em Feira de Santana. Se os ditos “técnicos” ambientais do Estado já cometeram o absurdo de retirar da Lagoa Grande toda a vegetação, deixando exposta a sanha predadora humana, toda a vida lacustre silvestre que tem como habitat aquele local, o diretor local agora quer gradear toda a lagoa. É inacreditável tanta burrice, tanta estupidez. Até minhas netas, que assistem documentários na TV e estudam meio ambiente nas escolas, sabem que a fauna aquática, seja em mares, rios ou lagos, têm na vegetação o seu esconderijo, sejam presas ou predadores, ou para construir ninhos e se abrigar da ação predatória do homem. Sem isso, são alvo fácil, como foram os jacarés da Lagoa Grande, que em sua maioria, viraram “tira-gosto” nos bares da vizinhança.

         Sem nos darmos ares de técnicos em meio ambiente, nos basta observar o que é feito em outras cidades do Brasil ou exterior, quando se tem um formidável espelho d’água como a Lagoa Grande. Todo esforço é feito para transformá-lo em área de lazer e atração turística, e as potencialidades de exploração de pequenos negócios geram emprego e renda e dividendos em taxas e impostos para o município e o estado. Restaurantes, bares e lanchonetes, lojas de artigos esportivos, aluguel de barcos, pesca esportiva, competições em esportes náuticos, enfim, há uma infinidade de atividades a serem desenvolvidas e exploradas turisticamente, sem que seja necessário afetar a vida selvagem.

         Quando a gente fala essas coisas, logo aparece um imbecil que tem medo até de lagartixa, pra dizer que os jacarés vão comer as pessoas. Só rindo. Um jacaré poderia até querer “comer” alguém, mas no outro sentido. Porém, não nos parece que eles desejem isso. Quanto à fome em si, se houver vida aquática (peixes, aves e roedores) suficientes para eles se alimentarem, eles jamais atacarão um ser humano. Eles nos temem. Para um jacaré atacar um ser humano (uma criança pequena talvez) ele teria que estar muito faminto. Não precisa ser técnico nem expert em vida selvagem para saber disso. Basta ler um pouco sobre o assunto ou assistir documentários sobre vida selvagem. Como se vê, é um desperdício cercar a lagoa quando há tanto potencial a ser explorado.

         Ah! É que eu me esqueço de que pra fazer isso é necessário gente com conhecimento, competência e trabalhadora, atributo nada comum à grande maioria dos políticos. Já a simples cerca, vai demandar licitações, muitas obras que serão devidamente superfaturadas, muitos empregos para apadrinhados políticos e muitas verbas para desviar. Infelizmente para nós, cidadão trabalhadores, honestos e comprometidos com o desenvolvimento do lugar onde vivemos e criamos nossos filhos, isso é só um sonho. Porque vivemos num país de trogloditas e não de gente civilizada.

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