segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Oposição encolhe e não encontra discurso



A oposição em Feira de Santana levou uma surra histórica ao perder a eleição para José Ronaldo, mais uma vez.  O assustador, no entanto, é que ela reduziu o número de votos, passando de 100.754 em 2012 para 86.273 em 2016, mesmo com o crescimento do total de eleitores. Em verdade, voltou aos níveis de 2004 quando teve 78.297 votos.
O líder da oposição, deputado Zé Neto, encolheu sua votação caindo de 55.337 (18,65%) votos para 46.912 (15,7%) apesar das boas obras que o Estado tem para mostrar em Feira como o Hospital da Criança, saneamento, 45 mil casas do Minha Casa Minha Vida, UPA do HGCA, Avenida Noide Cerqueira, Central de Abastecimento da Embasa, Bases Comunitárias, Complexo Policial do Sobradinho e a magnífica e maior obra da cidade que é o Parque da Lagoa Grande.  Apesar disto, não houve conversão em votos, destas ações. O PT paga, certamente, o preço do desgaste nacional do partido com o impeachment da Presidente Dilma e todas as acusações de corrupção na Lava-Jato.
Jairo Carneiro fez a melhor campanha de oposição a Ronaldo, mas entrou no jogo tarde demais, ao fim do segundo tempo, e não poderia ter ido mais longe. Perde aqui, também, o coligado Fernando Torres, que indicou o vice.
Jhonatas Monteiro, com 27.503(9,21%) votos – com mínimo tempo de TV e sem verba- manteve exatamente o mesmo número de eleitores da disputa passada quando teve 27.317 (9,21%)
Ângelo Almeida teve um desempenho abaixo do esperado com 2763 votos (0,93%), em parte, certamente, de uma campanha de TV muito ruim.
Leonardo teve 283 votos (0,09%) não representando impacto algum.
A estratégia de dividir para forçar um segundo turno deu com os burros na água.  O congestionamento não funcionou, não tirou votos de Ronaldo, nem empolgou o eleitor que poderia estar descontente com o prefeito e sinalizou de forma clara, inequívoca, indiscutível, que o modelo de oposição estabelecida na cidade fracassou e precisa se reinventar ou continuará apanhando do prefeito reeleito, correndo o risco de não ter chances nem na disputa de 2020.  

Ronaldo liquida oposição e se reelege
Contrariando as afirmações que dizem que prefeitos em longos mandatos costumam sofrer  desgaste, a fadiga do cargo, José Ronaldo, não só venceu a eleição em Feira de Santana, como emplacou seu maior percentual de votos entre todos os seus mandatos,  com 71,1 % contra 66,04% da última eleição.
O número de votos foi de 212.408 votos contra 195.697 da eleição passada. 
Episódios que se supunha que iam  custar caro ao prefeito como o grande aumento do IPTU, a crise que deixou a cidade dez dias sem ônibus, ou mesmo a batalha do BRT,  além das falhas na Saúde, não foram capazes de mudar a cabeça do eleitorado feirense, há anos adaptado a regularidade da administração do DEM.
A verdade é que Ronaldo passou como um trator sobre a oposição local , ganhou de lavada, e se tornou um eleitor importante dentro do DEM para as eleições de 2018.

 Acessibilidade ainda é um problema eleitoral
Quando fui ao Colégio Gastão Guimarães,  votar, três  pessoas desciam pelas escadas com um deficiente físico, com dificuldade. Ele pediu ajuda,  segurei em um dos braços,  e, assim,  conseguimos descer todos os degraus e colocá-lo na cadeira de rodas. 

Na era da tecnologia e da informática a Justiça Eleitoral precisa rever esta questão de acessibilidade. Com um cadastro será fácil saber em que seções  estas pessoas estarão votando para que elas sejam instaladas em locais com acesso mais fácil. 

O cidadão não deve abrir mão do direito de votar por condições  como esta. E, nem todos, estarão dispostos a pedir ajuda e até correrem o risco de cair ao ser carregado desta forma. 
 

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