Há
alguns anos publiquei algo sobre a falta de um compêndio didático sobre a
História de Feira de Santana de 1950 para cá feito com organização e método.
Nada de trabalhos individuais, feitos “nas coxas” sem um estudo metodológico
aprofundado, sem amadorismos. Sugeri à época, que a UEFS poderia encampar essa
tarefa através dos seus professores do curso de História, envolvendo,
inclusive, alunos mais adiantados no curso. Em sendo jornalista, tendo
trabalhado por 35 anos noticiando o dia a dia da cidade, nascido e criado em
Feira de Santana, me ofereci com consultor, para auxiliar os historiadores
sobre detalhes da história da cidade que escapa àqueles que não nasceram aqui.
E como eu, se poderia apelar também para Dimas Oliveira, Adilson Simas, Zadir
Porto, Dilson Barbosa, e tanto outros que, se não são nascidos aqui, vieram
muito cedo e vivem aqui há mais tempo que os anos que tenho de nascido.
Nós, os jornalistas, temos também
coleções de livros, jornais e revistas, além de filmes e gravações que podem
ajudar, e muito, na execução de tal tarefa. Há também cidadãos que, embora não
sejam jornalistas, possuem acervos literários e audiovisuais riquíssimos em
registros da nossa história recente. Um destes acervos pertence a José Olympio
Mascarenhas, que, inclusive, tem a gravação do discurso que Francisco Pinto fez
na Rádio Cultura, que causou o fechamento da emissora pela Ditadura Militar. O
professor Carlos Brito, secretário de Planejamento do Município, através da
Fundação Senhor dos Passos também tem reunido um importante acervo áudio visual
que pode ser utilizado pelos historiadores.
Eu lamentei na época, o fato de que o
único compêndio feito com seriedade sobre a nossa história, foi feito por um americano,
e só registra fatos ocorridos até 1950. Foi então que o presidente da Fundação
Egberto Costa, Antônio Carlos Coelho, me ligou e pediu uma reunião para falar
sobre o assunto, pois ele tinha interesse num projeto assim. Eu fui ou duas
vezes, inclusive contando com a presença do Secretário Municipal de
Comunicação, Valdomiro Silva, e ficamos de nos reunir outras vezes para tocar o
projeto adiante, já com a autorização do prefeito José Ronaldo. Nunca mais
tivemos outra reunião. Neste meio tempo surgiram meus problemas que me levaram
a uma deficiência visual, não posso mais dirigir, minha locomoção ficou
comprometida. Mas ainda posso contribuir, se quiserem mesmo fazer alguma coisa.
Recentemente, ouvi dizer que alguém
está encampando a idéia e que poderemos ter o nosso Museu da Imagem e do Som.
Não me interessa quem vai fazer ou deixar de fazer, tudo que eu mais desejo é o
trabalho feito. Só espero que seja feito com organização e método, por historiadores
e não por amadores. Quero viver para estar lá no dia da inauguração, que poderá
ser coroada com o lançamento do nosso novo livro de história. E que uma vez
inaugurado o museu, não se entregue a direção do mesmo a apadrinhados políticos
ou, quem sabe, até a analfabetos. Afinal, nossa história, a História de Feira
de Santana, merece respeito.
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