quarta-feira, 26 de junho de 2013

Alex Ferraz

IMPORTAR?
A escassez de médicos no interior levou o governo a pensar em importá-los. E agora, com a crescente desmoralização dos políticos brasileiros, deveremos importar candidatos? Hehehe...
Não sabem que ficaram para trás
Ainda não fui às ruas, mas se o fizer certamente será para protestar contra a obtusidade de alguns governantes, políticos e marqueteiros que parecem não ter percebido que estão sendo ultrapassados pelo chamado bonde da história. Ou fingem não perceber. Digo isso a partir da fala da presidente Dilma, que foi à TV repetir os mesmos chavões “marquetistas” de sempre: “pacto pela mobilidade urbana”, “criar condições para aumentar a residência médica” e outras babaquices que ecoam em toda campanha eleitoral, ditas pelo mais modesto e semianalfabeto candidato a vereador até os candidatos a presidente.
Ora, senhores: a massa que está nas ruas, que é classe média bem informada e com rara capacidade de dedução neste país de alienados, não quer é exatamente isso: promessas emolduradas de discursos de marketing, que, sabe-se muito bem, não chegam a lugar algum e apenas adiam ad infinitum decisões sérias e palpáveis.
Seria melhor dizer: vamos criar imediatamente uma frota de ônibus públicos, de forma emergencial; vamos abrir até hospitais de campanha para atender a todos com presteza; vamos retirar a PEC 37 de tramitação; vamos mandar a cura gay para o inferno; vamos usar Força Nacional e até Exército para garantir a segurança pública; vamos construir imediatamente três mil escolas, contratar professores e aumentar os salários deles. Dinheiro para isso tem. Afinal, não tem para as Copas, pontes faustosas (e imaginárias) e muita, muita ladroagem? Atentem: o País está em estado de emergência!
Falou e disse,
Lindembergh (I)

Não sou exatamente um fã do rapaz e ele também fez carreira política baseado no que aí está, mas foi lúcido no que disse agora: “Partido político virou coisa de eleição e deixou de ser instrumento de mobilização das ruas”, constata o hoje senador pelo PT Lindbergh Farias, ex-líder dos caras-pintadas que em 1992 ajudou a pressionar pelo impeachment do então presidente Fernando Collor.
Falou e disse,
Lindembergh (II)

“Há dez anos no poder, o PT e outras siglas de esquerda experimentam um afastamento das demandas da sociedade, principalmente desse contato com a juventude”, afirmou Farias em entrevista ao “Poder e Política”, programa da Folha e do UOL. “Acho que houve um descolamento da vida das pessoas”, acrescentou.
E precisava
uma pesquisa?

E a grande mídia segue tentando, de toda maneira, rotular e classificar protestos espontâneos. Uma pesquisa do Ibope foi contratada para “revelar” quem são e o que querem manifestantes. Oxente, e precisa pesquisa?
E o mensalão,
senhores (I)

A despeito do ímpeto severo de Joaquim Barbosa, que condenou exemplarmente a quadrilha do mensalão, tudo indica que estaria sendo preparada uma imensa pizza no STF.
E o mensalão,
senhores (II)

Mas os condenados que até pouco tempo atrás desfilavam cínica e nababescamente pelo País, zombando da Justiça, devem voltar a se preocupar: com a população nas ruas exigindo seriedade e decência neste País, certamente ficará difícil - ousaria dizer até impossível - transformar o julgamento histórico em pizza. Ou alguém aí acha que a população não irá em massa às ruas se essa gente for inocentada e ficar fora da cadeia?
1 HOMENAGEM - Carlos Hupsel de Oliveira, veterano da PM e especialista em combate ao fogo, acaba de receber justíssima homenagem da Polícia Militar com nome em auditório do Departamento de Apoio Logístico daquela corporação.
2 TROPICÁLIA - A Tropicália ressurge no cenário brasileiro por meio do projeto editorial “Tropicália ou Panis et Circencis”, que reúne textos de pensadores e obras de artistas plásticos, brasileiros e estrangeiros, reinterpretando as músicas do álbum homônimo de 1968. O livro, idealizado e organizado pela pesquisadora Ana de Oliveira, será lançado em Salvador, no dia 3 de julho (quarta), às 19h, na Caixa Cultural, pela editora Iyá Omin.

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