quinta-feira, 27 de junho de 2013

Conversa (frouxa) com o Governador

O governador Jaques Wagner comentou o que foi debatido e quais as soluções sugeridas, após o encontro com a presidente Dilma, para as demandas surgidas com as manifestações populares em todo o país nas últimas semanas. “A primeira postura foi exatamente uma pactuação entre todos nós em defesa da democracia, que eu considero que é o valor maior conquistado pelo povo brasileiro a partir de 1985 – e é como vivem as grandes nações, em democracia – e um compromisso nosso de amadurecer, cada vez mais, e fortalecer a democracia brasileira, porque ninguém quer mais nenhum tipo de ditadura e nenhum tipo de regime autoritário”, afirmou o governador, contrariando o que acontece no dia a dia, quando se percebe a marcha inexorável para uma ditadura do seu partido, o PT.
Para Wagner, a reforma política é a mais importante. “A classe política deve isso ao povo brasileiro. A presidente Dilma propôs um plebiscito para viabilizar a participação popular e ter um congresso específico, com a determinação de votar apenas a reforma política. “Porque muita gente considera que com o Congresso que se elegeu com as regras atuais, fica impossível que os próprios deputados mudem aquela regra que favoreceu a eleição deles”, declarou o governador num raro momento de lucidez e sinceridade.
O segundo ponto da proposta da presidente, abordado pelo governador, é o combate à corrupção. Wagner entende que o endurecimento das leis que digam respeito à questão da corrupção deve ser “no sentido de, cada vez mais, além das ferramentas de transparência, além da gente fortalecer as polícias, o Ministério Público, no seu mister de investigação, toda estrutura que nós temos da Receita Federal é, evidentemente, aqueles que forem capturados em corrupção ter uma legislação mais dura na punição”. Mas não se vê nenhuma movimentação das lideranças petistas neste sentido, inclusive do próprio governador.
Wagner avalia que, das reivindicações populares, a Bahia já está avançando, por exemplo, no setor de mobilidade urbana, “Isso nós já estamos fazendo aqui com o metrô, com várias avenidas que estamos abrindo. A presidenta Dilma abriu a possibilidade de mais de R$ 50 bilhões para obras nas capitais relativas à mobilidade urbana, ao transporte público e, portanto, eu acho que esse é o grande grito na rua”. Nesse momento, o governador delira, porque ninguém mais acredita na realização desta obra.
O governador diz que o mundo inteiro reconhece os avanços conquistados pelo Brasil nos últimos anos. “A melhoria do salário mínimo, do padrão de vida, mais gente tem casa, tem equipamentos dentro de casa”. Mas essa imagem que o mundo tinha do Brasil, construída com mentiras governamentais, foi modificada agora quando o mundo viu o que realmente acontece no Brasil.
Ele, contudo, reconhece que a vida nas cidades, principalmente nas grandes cidades, piorou. “Por questões voltadas à segurança e por questões voltadas principalmente ao transporte público, onde as pessoas gastam duas, três, quatro horas, às vezes, para ir e voltar de casa para o seu trabalho. Então essa questão precisa ser atacada”.
Na área de saúde, Wagner falou sobre a questão do número de médicos. “O Brasil tem um número de médicos para cada 100 mil habitantes muito abaixo da média mundial e mesmo de alguns países aqui da América Latina. Daí a decisão dela de contratar – emergencialmente – médicos estrangeiros”. Uma decisão que já está abalada pela voz das ruas e pelas inúmeras denuncias de médicos (guerrilheiros) cubanos que viriam para cá, não para exercer sua fraca medicina, mas para aliciamento político da população.
Na área de educação, Wagner disse que a Bahia se destaca. “Eu diria até que na área de educação é aquilo que a gente mais tem caminhado e precisa aprofundar com a melhoria da forma de gestão (se foi uma piada, foi de muito mau gosto). Então, eu considero que a reunião foi muito positiva. Agora precisamos montar os Grupos de Trabalho e começar a concretizar essas questões e discutir no Congresso Nacional ou no plebiscito, como está proposto por ela”. É aí que está a embromação. Grupos de trabalho que se reúnem, debatem e chegam a ação nenhuma. Bem ao estilo PT de governar.
O governador afirma que todos estão preocupados, querendo dialogar, de tal forma que o movimento possa ser transformador para o bem. “Eu vou manter a minha postura, garantindo o direito à manifestação e, evidentemente, o direito de ir e vir, o patrimônio público e o privado, porque eu acho que democracia se faz fundamentalmente com diálogo e com a negociação. E eu insisto aqui que vou buscar ter contato com lideranças do movimento, de tal forma que a gente possa estabelecer um canal de negociação”.

Que o governador nos permita duvidar.

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